Josmar Jozino

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Gritzbach: policial preso tem imóvel de R$ 5 mi com vista para o mar; veja

Antes de ser preso, o agente de telecomunicações da Polícia Civil de São Paulo Rogério de Almeida Felício, 46, recebia um salário líquido de R$ 7.490,98. Mas levava vida de rico e morava bem, em um apartamento de R$ 5 milhões, com vista para o mar, na cidade de Praia Grande (SP).

O agente é um dos cinco policiais civis delatados por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, por envolvimento em corrupção. Todos foram alvos da Operação Tacitus, deflagrada pela Polícia Federal e MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) em 17 de dezembro do ano passado.

Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços de Rogerinho, como o agente é chamado nos meios policiais. Um dos locais foi o apartamento da rua Brigadeiro Faria Lima, no bairro Canto do Forte, em Praia Grande.

O imóvel de alto padrão chamou a atenção dos federais. Eles fotografaram tudo e escreveram no relatório: "Não só o apartamento demonstrava sinais de riqueza, mas também o mobiliário, itens pessoais de luxo e vestuários com relevante valor de mercado em grande closet na suíte principal".

Policial preso no caso Gritzbach tem imóvel de R$ 5 mi com vista para o mar
Policial preso no caso Gritzbach tem imóvel de R$ 5 mi com vista para o mar Imagem: Cedido ao UOL

Em outro trecho do documento, os agentes deram mais detalhes do apartamento e das ostentações de Rogerinho, ex-segurança do cantor Gusttavo Lima: "Na sala, uma ampla adega climatizada, cheia de vinhos e diversas bebidas de alto valor".

Para a PF, o valor do imóvel, de R$ 5 milhões, indica "evidências de incompatibilidade patrimonial com a capacidade financeira do policial, corroborando a suspeita de recebimento de vantagens ilícitas, como já apontaram os elementos juntados nos autos do inquérito da Operação Tacitus".

À Corregedoria da Polícia Civil, Gritzbach contou que Rogerinho ficou com sete dos 15 relógios Rolex apreendidos pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) quando ele foi preso acusado de mandar matar dois narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, 33 o Sem Sangue, foram mortos em 27 de dezembro de 2021 no Tatuapé, zona Leste paulistana. Gritzbah teria investido R$ 200 milhões de Cara Preta e desviado o dinheiro e por isso encomendou os assassinatos.

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Adega do apartamento de policial preso no caso Gritzbach
Adega do apartamento de policial preso no caso Gritzbach Imagem: Cedido ao UOL

Ficou com sete Rolex do delator

O delator também disse à Corregedoria que Rogerinho chegou a postar fotos nas redes sociais com dois relógios dele: o Rolex Yacht Master de ouro, avaliado em R$ 200 mil e o Rolex de cor Pepsi, de R$ 150 mil, além de outros dois da marca Hublot.

Gritzbach foi assassinado com 10 tiros de fuzis no aeroporto internacional de Guarulhos, em 8 de novembro do ano passado. O ataque aconteceu oito dias depois de ter delatado os policiais civis à Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria.

Matheus Soares Brito, 19, um dos acusados de envolvimento na morte do delator do PCC, teve a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias pela Justiça.

A vítima também delatou ao MP-SP o advogado Ahmed Hassan Saleh,51, o Mudi, e os empresários Robinson Granger Moura, 54, o Molly, e Ademir Pereira de Andrade, 50, por envolvimento com o PCC. Os três também foram presos durante a Operação Tacitus.

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A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Rogério de Almeida Felício. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento.

Reportagem

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