Apesar da chuva, reservatórios no Rio têm menos da metade do volume de 2014
As chuvas constantes que têm caído sobre a região Sudeste nas últimas semanas não foram suficientes para recuperar o nível dos reservatórios do rio Paraíba do Sul, que abastece a cidade do Rio de Janeiro e a região metropolitana. No dia 7 de maio, segundo a ANA (Agência Nacional de Água), o nível do reservatório equivalente do rio registrava 17,8% de volume útil –na mesma data, no ano passado, esse número era de 38,2%.
Com a chegada do período seco, lembra Vera Lúcia Teixeira, vice-presidente do Ceivap (Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul), a tendência é que a situação se agrave ainda mais. “Estamos com menos de 50% da água que tínhamos no ano passado. Vivemos a verdadeira crise”, afirma.
Apesar de estarem operando acima do volume morto no momento, os quatro reservatórios que compõem a bacia do Paraíba apresentam valores bem abaixo da média para esta época do ano. O Paraibuna, maior reservatório do sistema, visto pelo governo do Rio como garantia de que o abastecimento da capital não será afetado e que atingiu o volume morto pela primeira vez em sua história em janeiro, está operando com 6,26% de seu volume útil.
Já Santa Branca e Jaguari operam com 4,22% e 22,94% da capacidade, respectivamente, enquanto o reservatório do Funil, um dos menores do sistema, apresenta 68,2% de volume útil.
“Esse ano vamos chegar ao volume morto muito antes. As pessoas pensam que porque está chovendo está tudo bem, mas não é bem assim”, afirma Vera. Segundo ela, medidas concretas para melhorar a situação a longo prazo, como reflorestamentos das margens do rio, não foram tomadas. “A gente não pode só ficar rezando para chover. Precisamos entrar com uma política séria para renaturalizar esse rio.”
No dia 2 de maio, a ANA determinou a redução da vazão mínima da barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí, de 140 metros cúbicos por segundo para 110 até 30 de junho. A água bombeada dessa barragem chega ao rio Guandu, que abastece a região metropolitana do Rio.
Em maio de 2014, a vazão da barragem de Santa Cecília caiu de 190 metros cúbicos por segundo para 173. Em julho, nova resolução baixou para 165 e, em setembro, para 160. O patamar atual, de 140 metros cúbicos por segundo, foi determinado em dezembro. A nova redução considerou "a atual situação hidrometeorológica desfavorável da região", além de documentos do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e do Ceivap. (Com "Agência Brasil")
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