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Espuma do rio Tietê aparece pela 3ª vez no ano em Salto e paralisa tráfego

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

30/11/2015 17h45

Desde a manhã desta segunda-feira, a espuma da poluição do rio Tietê avança sobre áreas urbanas de Salto (101 km de São Paulo). Em pelo menos dois pontos da cidade, a espuma tomou conta de pontes e paralisou, por alguns momentos, o tráfego. A espuma, além de detergente, tem produtos químicos e pode ser prejudicial à saúde.

O policial militar Rogério Marcelino da Cunha, que trabalha na cidade há oito anos, registrou as imagens e afirmou que, dessa vez, a espuma chegou a lugares onde não costumava chegar. "Estava mais de um metro acima da ponte. No local que filmei, nunca vi tanta espuma", disse.

Apesar de atrapalhar o tráfego, a prefeitura de Salto informou que a espuma logo se dissipou e não foi preciso interditar as vias. Também não foram registrados acidentes por conta da espuma.

De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a formação da espuma está relacionada ao aumento do volume do rio, com as chuvas, e à presença de esgotos domésticos não tratados que dificultam a decomposição de detergentes domésticos. Como o rio Tietê corta a cidade, em alguns trechos com pouco espaço entre as margens e as construções, a situação fica ainda mais grave, com a espuma atingindo construções e, em alguns casos, invadindo ruas.

Problema antigo

Segundo o secretário de Meio Ambiente de Salto, João de Conti Neto, esse fenômeno é causado por excesso de chuvas na Grande São Paulo. "O volume de água aumentou e, quando chega nas quedas d'água de Salto, ocorre a formação da espuma. Estamos lutando para combater a poluição, mas isso passa obrigatoriamente por mudanças na política de cidades que despejam poluentes antes que o rio chega a Salto", disse.

O problema na região não é novo e já foi reconhecido pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), ligada à Secretaria do Meio Ambiente. Só neste ano, em pelo menos três oportunidades a espuma invadiu avenidas da cidade.

Já  Secretaria Estadual de Meio Ambiente informou que o problema, que atinge outras cidades da região, como Bom Jesus da Pirapora e Itu, só poderá ser resolvido com a implantação dos sistemas adequados de coleta e tratamento de esgoto. Ainda segundo a instituição, a responsabilidade sobre o tema pertence a municípios e empresas concessionárias do setor de saneamento básico.