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Presos fogem de presídio provisório em Natal

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

12/01/2016 12h40

O Presídio Provisório Raimundo Nonato, localizado no bairro Potengi, zona norte de Natal, registrou na madrugada desta terça-feira (12) a fuga de 46 presos por um túnel escavado próximo ao refeitório da unidade prisional. Até agora, apenas sete homens foram recapturados. a Scretaria de Segunrança do Estado informa que é a maior fuga de presos na ocorrida no Rio Grande do Norte.

Segundo a diretora do presídio, Dinorá Simas, o túnel usado pelos fugitivos passa por baixo do Complexo Penal João Chaves, vizinho ao presídio, por onde os presos tiveram acesso às ruas. Ainda não se sabe a extensão da escavação. Os presos fugiram a pé e alguns conseguiram renderam taxistas.

“Por volta das 2h30 da madrugada, policiais da guarita notaram a movimentação e avisaram aos agentes penitenciários. Eles até tentaram impedir, mas como eram muitos presos, ficou difícil controlar a situação”, disse Simas.

Os presos estão soltos nos dois pavilhões desde o mês de novembro, quando se rebelaram e quebraram as celas ao saberem de rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região metropolitana de Natal). Com isso, segundo a direção do presídio, não estão ocorrendo revistas periódicas para detectar escavações na unidade prisional.

“Agora pela manhã estamos realizando um procedimento, com revista estrutural, contagem de presos e busca por materiais ilícitos nos dois pavilhões. Como os presos estão soltos nos pavilhões, eles conseguem se organizar e fazer túneis para tentar fugir”, explicou Simas.

Os fugitivos recapturados são Carlos Eduardo da Fonseca, Francismário Pereira da Costa, Heverson Carlos de Souza, Maicon dos Santos Teixeira, Leandro Carlos Antunes, Ronaldo da Silva e Rafael da Rocha Silva.

A Cadeia Pública de Natal, como é conhecido o presídio, está superlotada. A unidade tem capacidade para 185 presos, mas abriga 430 internos. Apenas 12 agentes penitenciários por plantão fazem a custódia dos presos no local.

A maior fuga até então já registrada no Estado ocorreu em 2012 no antigo pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, hoje Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga. Lá, 41 presos conseguiram fugir pelo gradeado da área de banho de sol por meio de uma "teresa" – espécie de corda feita com lençóis. No momento da fuga, não havia PMs (Policiais Militares) ou agentes penitenciários na área externa. Apenas três fugitivos foram recapturados até hoje.

A Coape (Coordenadoria de Administração Penitenciária) informou que enviou equipe de engenharia para avaliar a situação do túnel e fechar o buraco. A coordenadoria afirmou ainda que o presídio vinha sendo reformado, mas os presos voltaram a quebrar a unidade prisional. Um novo reparo deverá ocorrer nos próximos dias.

O Presídio Provisório Raimundo Nonato está interditado desde o mês de março, impedido de receber novos presos, quando uma série de rebeliões atingiu 16 unidades prisionais do Rio Grande do Norte e a unidade prisional foi depredada.

Os motins ocorreram iniciaram após ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) do Paraná, facção criminosa criada em São Paulo, mas que possui lideranças e age em outros Estados. As obras de recuperação foram orçadas em R$ 15 milhões, segundo dados da Secretaria de Infraestrutura do Rio Grande do Norte.