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Ciclovia deveria estar fechada por causa da força do mar, diz bodyboarder

Parte da ciclovia Tim Maia que desabou na manhã desta quinta (21) - Custódio Coimbra / Agência O Globo
Parte da ciclovia Tim Maia que desabou na manhã desta quinta (21) Imagem: Custódio Coimbra / Agência O Globo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

21/04/2016 17h57

Com a experiência de quem pega onda na praia de São Conrado, na zona sul do Rio, há 25 anos, o bodyboarder Fabio Aquino afirma que, devido às condições do mar, a ciclovia que desabou na manhã desta quinta (21) na avenida Niemeyer deveria estar com o acesso proibido. Duas pessoas morreram no acidente na via, que foi inaugurada em janeiro.

"A ciclovia deveria estar fechada desde cedo", afirmou Aquino ao UOL. "A maré está muito alta, com variação muito grande de ondulação, o que deixa as ondas mais fortes. As ondas estão vindo direto para a praia, como se passassem direto pelas ilhas que ficam na frente."

Veja imagens da ciclovia que desabou no Rio de Janeiro

UOL Notícias

Aquino passou pelo local do acidente no fim da manhã desta quinta (21), pouco depois do desabamento e quando apenas salva-vidas haviam chegado. Ele registrou o momento em vídeo publicado em sua página no Facebook (veja abaixo). Segundo ele, amigos que passaram mais cedo pela ciclovia identificaram o risco de passar por ali devido à força do mar.

"Todo mundo sentiu que a ciclovia estava balançando por causa das ondas", disse. "Ressaca ali não é inédito. Acontecem até maiores."

Bem no começo da manhã, antes do desabamento, Aquino publicou no Facebook um outro vídeo (veja abaixo) mostrando uma parte do calçadão da praia de São Conrado que foi interditada pela Defesa Civil na noite de quarta (20) já devido à força do mar. O trecho, que ameaça ceder, fica no chamado "Cantão" de São Conrado, a 500 metros do ponto em que a ciclovia desabou. O local é conhecido como "deck do esgoto", já que ali passa uma tubulação que segue às margens da avenida Niemeyer, rumo ao bairro do Leblon, e a chegada de detritos no mar -- seja por danos recorrentes na tubulação, seja por lançamentos ilegais -- ocorre há décadas.

Segundo a Prefeitura do Rio, técnicos do município estão desde cedo no local, trabalhando com coordenação da Secretaria Municipal de Obras. "O resultado da vistoria realizada pela Fundação Geo-Rio para apurar as causas do acidente será divulgado assim que concluído. Os reparos serão executados pela empresa responsável pela construção, sem ônus adicionais ao município, já que a ciclovia ainda está na garantia de obra. A Avenida Niemeyer permanece interditada ao tráfego e o Corpo de Bombeiros continua as buscas no local.