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Macarrão, amigo do ex-goleiro Bruno, vai trabalhar em horta de presídio

Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-braço direito do ex-goleiro Bruno - Washington Alves/UOL
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-braço direito do ex-goleiro Bruno Imagem: Washington Alves/UOL

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

01/07/2016 19h44

Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, condenado em 2012 a 15 anos pela participação da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, irá trabalhar na horta de presídio após ter adquirido direito à progressão de pena e passado para o regime semiaberto.

A nova realidade do ex-braço direito do então goleiro e capitão do Flamengo contrasta com a vida que levava até 2010, no Rio de Janeiro, quando passou a cuidar dos interesses pessoais de Bruno. Na época, Macarrão atuava como um "secretário particular" de Bruno, que ganhava pelo time carioca cerca de R$ 150 mil mensais.

Macarrão organizava as festas e a vida pessoal do ex-goleiro. Os dois ficaram tão próximos que o amigo chegou a tatuar nas costas uma mensagem em homenagem ao goleiro: "Bruno e Maka -- a amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro".

No ano em que a ex-modelo desapareceu, Macarrão teve uma guinada na vida, sendo preso e processado como participante do crime.

Goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, em 2010, presos ainda no Rio de Janeiro - Alexandre Durão/UOL - Alexandre Durão/UOL
Goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, em 2010, presos ainda no Rio de Janeiro
Imagem: Alexandre Durão/UOL
Na sua nova condição, o amigo de Bruno poderá deixar a unidade prisional durante o dia para trabalhar, sob escolta, nas proximidades do Complexo Penitenciário Doutor Pio Canedo, situado na cidade de Pará de Minas, região metropolitana de Belo Horizonte, para onde ele foi transferido. A horta é mantida para consumo interno da unidade prisional.

De acordo com o juiz Pedro Câmara, da Vara de Execuções Criminais de Pará de Minas, houve certa resistência das empresas conveniadas com o presídio em atrelar seus nomes com alguém associado a um caso de repercussão nacional. Além disso, ele afirmou que, por conta da crise econômica do país, as empresas alegaram também escassez de vagas.

Assim, segundo o magistrado, a forma encontrada de empregar o detento foi a de utilizá-lo nessa função. Macarrão irá receber três quartos do salário mínimo e, a cada três dias trabalhados, poderá descontar um dia da pena. O valor será depositado em uma conta bancária, sendo que ele poderá retirar o valor nas agências conveniadas mediante a expedição de alvará e sob escolta de agentes penitenciários.

O advogado de Macarrão, Wasley Vasconcelos, informou ao UOL que a transferência para Pará de Minas fooi pedida porque a mulher do preso mora na cidade. De acordo com Vasconcelos, ela e Macarrão tem três filhos.

“Ele está tranquilo. A única coisa que ele quer é retornar ao convívio social no que for permitido pela lei. Ele não quer privilégios, mas também não quer ser lembrado sempre como o braço direito do Bruno. Ele quer recomeçar a vida”, salientou.

Progressão

Macarrão passa para o regime semiaberto

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Macarrão teve 425 dias da pena perdoados após trabalhar 1.134 dias na penitenciária e concluir 570 horas de estudo, entre outubro de 2011 e setembro de 2015, conforme o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). Ele foi preso em 2010, acusado pelo crime e não foi mais solto.

Antes de ser transferido para Pará de Minas, ele ficou confinado na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana da capital mineira.

O caso

Eliza Samudio desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era goleiro titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Macarrão foi condenado em novembro de 2012 a 12 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.

Bruno foi considerado também culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem, em 2013, e foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

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