Chuva provoca mortes, deixa pessoas ilhadas e trava trânsito de São Paulo
A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo nesta quinta-feira (20) provocou ao menos duas mortes, caos no trânsito, deixou pessoas ilhadas e vários bairros parcialmente sem energia elétrica entre 17h e 19h30.
Um homem morreu eletrocutado por volta das 17h depois que uma árvore caiu sobre a rede elétrica, na Lapa, zona oeste. Ele chegou a ser socorrido por populares, mas, segundo o Corpo de Bombeiros, não resistiu. Também na Lapa, uma pessoa morreu afogada na Toca da Onça, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, ela passava pela passagem subterrânea, que alagou.
Outra árvore caiu e atingiu um motoqueiro e sua passageira na Brasilândia, zona norte. Ele teve fraturas nos pés e foi encaminhado ao pronto-socorro de Cachoeirinha. Até as 18h35, o Corpo de Bombeiros havia recebido 154 solicitações relacionadas a queda de árvores na região metropolitana.
Uma família ficou ilhada em casa no Parque São Domingos, na zona norte, e, por volta das 17h30, os bombeiros fizeram o resgate das vítimas. Um pedaço de gesso do teto do estacionamento do Shopping Eldorado, na zona oeste, desabou. A assessoria de imprensa do centro de compras informou, por meio de nota, que o incidente não trouxe riscos a clientes, lojistas e funcionários, e que toda a operação do estabelecimento foi mantida normalmente.
Trânsito caótico
Na zona oeste, os semáforos apagaram no final da tarde e o tráfego ficou travado nas avenidas Rebouças, Brigadeiro Faria Lima e Eusébio Matoso.
Com o trânsito parado, passageiros desceram dos ônibus na avenida Faria Lima e caminharam até as estações de metrô do bairro de Pinheiros - Faria Lima e Fradique Coutinho. Alguns, no percurso entre Paulista e Faria Lima, optaram por desembarcar na avenida Rebouças e continuaram e pé.
Quem preferiu, no entanto, aguardar dentro do ônibus até chegar à próxima parada, gastou muito mais tempo que o normal. "Todo dia, eu levo no máximo 10 minutos da Paulista até a Faria Lima, hoje levei 1 hora. Agora, estou já há 40 minutos no ponto para pegar o segundo transporte", reclamou a psicóloga Joelma Correia de Andrade, 29.
Por volta das 20h, a cozinheira e acompanhante Iramilda de Fátima Alves, 51, tentava pegar um ônibus com destino à Vila Ângela na parada Eusébio Matoso, na Faria Lima. Era sua terceira tentativa. "Estou vindo a pé de lá de perto do Clube Pinheiros e, até agora, não consegui entrar em nenhum ônibus, de tão cheios que estão", disse, abrindo a sombrinha, porque a chuva, que havia dado uma trégua, voltava a cair.
O temporal também afetou a circulação de trens metropolitanos. Segundo informações da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos), os trens circularam com velocidade reduzida nas linhas 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú, que atende as regiões de Pinheiros e Santo Amaro) e 7-Rubi (Luz-Jundiaí).
A caminho da estação Faria Lima do metrô, o porteiro João Batista, 42, foi avisado por um colega, por mensagem de texto, de que Franco da Rocha, para onde ele iria, estava debaixo d'água. "Ele me aconselhou a esperar mais tempo aqui em São Paulo e só voltar para casa mais tarde, mas quero sair logo desse inferno. Se chegar na Luz e não conseguir embarcar, eu volto", disse.
No terminal de ônibus de Pinheiros, na zona oeste, formaram-se grandes filas a partir das 17h30 para embarque - com o trânsito travado, poucos veículos chegaram ao local entre 17h e 19h. Também houve muitas para entrar na plataforma da estação Pinheiros da CPTM.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), não houve ocorrências graves no trânsito em São Paulo, com alguns registros de quedas de árvores no final da tarde.
"Levamos mais de 30 minutos para conseguir pegar um ônibus na Francisco Morato. Normalmente, levamos 10", conta Noam Rafael Kramer, 23, ao lado da namorada, Bruna Frassinetti, 20, ambos estagiários de pedagogia. A ideia do casal era tomar uma cerveja em algum barzinho e logo voltar para casa. Mas, segundo Bruna, em razão da situação do trânsito, o happy hour seria estendido. "Não vai dar para voltar tão cedo para o Butantã."
Incêndio na zona oeste
Em meio a fortes chuvas com raios que caíram em São Paulo, um estabelecimento pegou fogo na região do largo da Batata, na zona oeste da capital. A ocorrência na rua Pais Leme, iniciada pelos bombeiros às 20h23, assustou quem passava pelo local e direcionou seis viaturas da corporação para extinguir o fogo.
Os bombeiros seguiam combatendo as chamas até pelo menos por volta das 22h. O incêndio chegou a fechar um quarteirão por risco de explosão.
(Com informações do Estadão Conteúdo.)
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