Dupla que matou camelô está em ala isolada da delegacia e não pode receber família
Atualmente cumprindo prisão temporária no 77° DP de Santa Cecília, em São Paulo, os dois homens que espancaram até a morte o ambulante Luiz Carlos Ruas, 54, no metrô no último domingo (25) passaram o primeiro dia de cadeia isolados em uma cela da ala de segurança da delegacia, destinada a presos em situação de risco.
"Os presos têm seu próprio código de ética e não toleram aqueles que cometeram crimes como contra os costumes, como estupros, ou contra mulheres e crianças. Como foi algo contra um senhor de idade, que estaria indefeso, nós os isolamos", explicou nesta quinta-feira (29) o delegado de plantão do 77° DP, Milton Coccaro.
Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo do Nascimento Martins tiveram prisão temporária decretada na última terça-feira (27) e foram transferidos ontem ao 77º DP, após serem reconhecidos por 14 testemunhas na Delpom (Delegacia do metropolitano). Segundo Milton Coccaro e o delegado Ricardo Marques, da Delpom, os acusados devem cumprir os 30 dias da temporária, até ser pedida a preventiva.
Justamente por isso, Marques negou que os assassinos confessos sejam transferidos para o presídio de Tremembé ainda nesta quinta-feira, como foi noticiado. "Seria preciso o delegado responsável, que sou eu, pedir à Justiça a prisão preventiva. E eles acabaram de chegar à delegacia", disse Marques.
No início da tarde desta quinta-feira, Alípio e Ricardo receberam pela primeira vez no 77º DP a visita de seu advogado, Marcolino Nunes Pinho. Um tio dos rapazes, que são primos, também foi à delegacia para levar comida, roupas e acessórios de higiene, mas não pôde vê-los, já que o acesso aos presos é permitido apenas à defesa e negado a amigos e familiares.
Segundo o advogado, os acusados estão abalados e não dormiram direito desde que tiveram a prisão decretada.
Martins e Santos têm direito a três refeições diárias fornecidas pelo Estado. Eles estão em uma cela sem luxos, contando apenas com colchonete, chuveiro e um buraco no chão para fazerem necessidades. Os policiais da carceragem não quiseram dar mais detalhes sobre a reação emocional da dupla depois que foi presa.
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