Governo de SP desqualifica alerta da polícia sobre ataques do PCC desta 3ª
Um alerta sobre "possíveis ataques" do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado, elaborado pela polícia de São Paulo, circula desde a semana passada com as informações de que a facção criminosa teria distribuído armas de fogo para desencadear novas ações, a partir desta terça-feira (17), a exemplo do que ocorrera em maio de 2006.
Nesta segunda (16), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), o secretário estadual de Segurança Pública, Mágino Alves, confirmou a autenticidade do documento –do qual o UOL teve conhecimento, sem confirmação da veracidade, na sexta passada (13). Por outro lado, Alves minimizou e desqualificou o potencial do alerta ao afirmar que ele "está errado".
“O informe é legítimo, é legítimo”, admitiu o secretário, segundo o qual o documento foi elaborado por um investigador da Polícia Civil, de quem desconhece a identidade, que será afastado do setor de inteligência. "De qualquer forma, verificamos a situação e em todo o Estado não detectamos nenhum movimento que justifique esse temor”, reforçou.
Datado de 13 de janeiro deste ano e endereçado “a todas as unidades policiais”, o ofício com timbre oficial do governo do Estado e com origem no “Centro de Inteligência Policial de Araraquara” definia que, “para conhecimento e providências”, informava ter chegado ao conhecimento da unidade que “comunicado entre os membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) dão conta de que armas de fogo foram distribuídas aos integrantes da facção para possíveis ataques”. O informe ainda especificava a data de 17 de janeiro como aquela em que o comando da facção ordenaria tipo e locais dos supostos ataques.
“Aquilo é muito estranho. Quem emitiu aquele ‘alerta’, vamos chamar de alerta, é alguém que não sabe trabalhar com Inteligência. [Porque] Inteligência não trabalha com alerta, trabalha com informação que precisa depurar –e não é daquela forma que se depura informação”, declarou.
Sobre o autor do alerta, o qual o secretário disse se tratar de “um investigador do setor de Inteligência”, Alves afirmou não ter falado com ele. “Não falei e nem vou falar. Só acho que ele não demonstra ter afinidade com o trabalho de Inteligência”. Indagado se seria afastado do cargo, foi taxativo: “Nem sei o cargo dele, mas lógico que não pode continuar na Inteligência, onde o trabalho que é feito não o é de forma escancarada”, encerrou.
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