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Ônibus deixarão de circular na Grande Vitória (ES) a partir das 16h

Ônibus é incendiado em Serra, na Grande Vitória (ES) - Reprodução/Twitter
Ônibus é incendiado em Serra, na Grande Vitória (ES) Imagem: Reprodução/Twitter

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

06/02/2017 12h24

Os ônibus vão parar de circular na região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, a partir das 16h desta segunda-feira (6), devido à crise na segurança pública vivenciada no Estado. Faltam agentes nas ruas de pelo menos 30 cidades desde o início dos protestos de familiares de policiais militares, que impedem a atuação deles nas ruas.

Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, Edson Bastos, mais de 1.200 ônibus circulam todos os dias na Grande Vitória.

“Levamos as pessoas hoje para o trabalho, e estamos cumprindo com o nosso dever de avisá-las que a partir das 16h os carros estarão saindo de circulação”, afirmou Bastos.

Segundo ele, a medida valerá por tempo indeterminado. “Só voltaremos a rodar quando a paz e a tranquilidade forem restabelecidas nas ruas das cidades”, acrescentou.

De acordo com o sindicato, três ônibus foram incendiados na Grande Vitória desde o início da paralisação. “Houve muitos assaltos a ônibus. Graças a Deus não tem nenhum rodoviário ferido, justamente por isso estamos tentando evitar uma tragédia. Se os fóruns, as escolas, repartições públicas não abriram, não tem como o rodoviário continuar trabalhando nesse estado de medo que se instalou na cidade”, disse.

Cerca de 10 mil rodoviários trabalham no sistema de transporte público da região metropolitana de Vitória.

Os comerciantes também foram orientados pelo Sindicomerciários do Espírito Santo a fecharem seus estabelecimentos. Segundo o presidente do sindicato, Jakson Andrade Silva, 70% das lojas da Grande Vitória estão fechadas. "Orientamos a baixar as portas porque não há policiais para garantir a segurança dos empregados na ida e na volta do trabalho. Nesse caso, a responsabilidade passa a ser dos empresários", disse. Com o comunicado do Sindicato dos Rodoviários de que os ônibus vão parar de circular, os comerciantes estão apressando a liberação dos funcionários, segundo Andrade. 

"Desde sábado que algumas lojas estão fechadas. Ainda não temos ideia do prejuízo, mas sabemos que vai ser grande", disse. Ele afirmou que mesmo fechadas algumas lojas chegaram a ser saqueadas durante o final de semana. "Para amanhã a orientação é a mesma: fechar as portas até que seja restabelecida a normalidade", acrescenta.

Paralisação de PMs

Desde a noite de sexta-feira (3), familiares e amigos de policiais militares estão realizando manifestações em ao menos 30 cidades do Espírito Santo, impedindo a saída das carros de polícia para as ruas e afetando a segurança desses municípios. O movimento que afeta o policiamento no Espírito Santo foi declarado ilegal pela Justiça. As associações que representam os policiais deverão pagar multa de R$ 100 mil caso a decisão seja descumprida.

Devido à falta de policiamento, os atendimentos nas unidades de saúde, as aulas da rede pública de ensino de Vitória e o expediente na prefeitura foram suspensos.

Em nota, a prefeitura de Vitória informa que a suspensão das aulas zela "pela segurança de seus alunos e profissionais". Sobre a suspensão do atendimento de saúde, a administração diz que deseja "resguardar a integridade e a segurança de pacientes e servidores" e, "com isso, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto".

O presidente do Sindicomerciários do Espírito Santo, Jakson Andrade Silva, expediu um comunicado à categoria orientando empresários do comércio e de escritórios de contabilidade orientando a liberação imediata de todos os empregados, "sem prejuízo em seus salários. "Com a suspensão do policiamento em todo território capixaba, a responsabilidade pela segurança dos empregados passar a ser do empregador", disse em nota. 

Ajuda das Forças Armadas

O governador em exercício do Espírito Santo, César Colnago, havia pedido ao governo federal o emprego das Forças Armadas para ajudar na segurança do Estado. A solicitação foi autorizada pelo presidente Michel Temer na manhã de hoje.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversou com o governador Colnago na noite de domingo e nesta segunda-feira (6) falou com Temer, que aceitou o pedido para emprego dos militares na garantia da Lei e da Ordem (GLO) e os preparativos estão sendo realizados, conforme informou o jornal "O Estado de S. Paulo".

No final da tarde desta segunda, Jungmann irá ao Espírito Santo para acompanhar a situação de perto. Antes de desembarcar em Vitória, Jungmann irá a Natal, onde o Exército está encerrando sua participação na segurança da cidade.

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