Topo

Aulas e serviço de saúde são suspensos em Vitória por falta de policiamento

Do UOL, em São Paulo

06/02/2017 08h31Atualizada em 06/02/2017 15h53

Os atendimentos nas unidades de saúde, as aulas da rede pública de ensino de Vitória e o expediente na prefeitura foram suspensos nesta segunda-feira (6) por falta de policiamento. Familiares de policiais militares têm impedido o trabalho deles, em protesto contra as condições de trabalho dos policiais e também pedem melhorias salariais para a corporação no Estado capixaba, que vive uma crise na segurança pelo menos desde a última sexta-feira.

Em nota, a prefeitura de Vitória informa que a suspensão das aulas zela “pela segurança de seus alunos e profissionais". Sobre a suspensão do atendimento de saúde, a administração diz que deseja “resguardar a integridade e a segurança de pacientes e servidores" e, "com isso, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto”. 

Os rodoviários prometeram interromper a circulação dos ônibus na Grande Vitória a partir das 16h desta segunda. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, Edson Bastos,  a medida valerá por tempo indeterminado. "Só voltaremos a rodar quando a paz e a tranquilidade forem restabelecidas nas ruas das cidades", acrescentou.

O presidente do Sindicomerciários do Espírito Santo, Jakson Andrade Silva, expediu um comunicado à categoria orientando aos empresários do comércio e de escritórios de contabilidade a  liberação imediata de todos os empregados, "sem prejuízo em seus salários". "Com a suspensão do policiamento em todo território capixaba, a responsabilidade pela segurança dos empregados passar a ser do empregador", disse em nota. 

No domingo (5), o governo do Espírito Santo suspendeu as negociações com familiares de policiais militares e entrou na Justiça para conseguir a ilegalidade do ato. Uma reunião estava programada para segunda-feira, mas foi cancelada até que o patrulhamento seja retomado nas ruas.

Em entrevista à rádio BandNews FM, o secretário André Garcia disse que o presidente Michel Temer autorizou o envio das Forças Armadas e da Força Nacional para o Estado. “A Força Nacional vai fazer o policiamento das ruas e as Forças Armadas vão trabalhar na garantia do emprego e da ordem”, disse, sem saber o horário em que os agentes estarão à sua disposição.

Sem policiamento nas ruas, o secretário confirmou que houve aumento no número de mortes nas ruas. “Não fechamos ainda os números porque a prioridade agora é outra. Mas temos um aumento no número de homicídios no Estado nos últimos três dias. Não há como negar isso”.

Bloqueios

Na noite de domingo (5), cerca de cem mulheres protestaram em frente ao 10° Batalhão da Polícia Militar em Guarapari, no Espírito Santo. Uma kombi usada para locomoção dos militares teve os quatro pneus esvaziados.

No município de Serra, manifestantes não permitiram a saída de viaturas e nem de policiais dos batalhões. Desde as 7h de sexta-feira (3), a cidade ficou sem policiamento nas ruas e foram registrados diversos roubos e tentativas de homicídios. De norte ao sul do Estado, não há policiamento nas ruas.

Na capital até o QCG (Quartel do Comando Geral) teve a sua entrada bloqueada por familiares dos policiais.

No norte, noroeste e no sul capixaba, batalhões e companhias independentes também estão com as suas saídas bloqueadas. Todos guardam um posicionamento do governador Paulo Hartung (PMDB). (Com colaboração de Mirthyani Bezerra)

(Com Estadão Conteúdo)