Ação da prefeitura remove itens de moradores de rua no centro de SP
A prefeitura regional da Sé, em São Paulo, faz neste sábado (1º) uma ação para a "limpeza da região do baixo Glicério", no centro da capital paulista. Em nota divulgada no início da tarde, a prefeitura afirma que tinham sido "retiradas 180 toneladas de lixo do local", até aquele momento.
O padre Julio Lancellotti, que atua em defesa de moradores de rua em São Paulo, criticou a ação da prefeitura, por terem sido retirados objetos dos moradores, e por não ter sido acompanhada por outros órgãos da prefeitura, como as secretarias de Direitos Humanos, Assistência Social ou Saúde.
Lancellotti não acompanhou pessoalmente a ação, mas disse que foi informado sobre os acontecimentos.
"Ali (Glicério) é uma área de grande vulnerabilidade e de falta de serviços", afirmou Lancellotti. "Eles (moradores de rua) perdem as coisas e têm que sair. Eles não têm para onde ir."
A prefeitura nega que tenham sido retirados pertences dos moradores, e afirma que foi recolhido apenas o lixo do local.
Ela diz que a ação da manhã foi realizada pela prefeitura regional, com apoio da Guarda Civil Metropolitana, mas que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social esteve no local na noite de sexta-feira (31).
A prefeitura afirma ainda que não há previsão de novas ações do tipo em outras regiões de São Paulo.
Em janeiro, o prefeito João Doria (PSDB) retirou o veto à remoção de papelões, colchões, colchonetes, cobertores, mantas, travesseiros, lençóis e barracas desmontáveis dos moradores de rua.
Na ocasião, ele afirmou que, mesmo com a medida, os cobertores e pertences dos moradores de ruas não seriam retirados.
"Isso seria uma desumanidade. E isso não vai ser feito. [O decreto] foi apenas para preservar legalmente o direito da GCM de poder ajudar a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social e Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania para não haver a ilegalidade do ato. Mas jamais a retirar nem pertences e muito menos cobertores dessa população", afirmou Doria.
Drogas e facas
Durante a manhã, Eduardo Odloak, o prefeito regional da Sé, publicou fotos e informações da ação em suas páginas em redes sociais.
Segundo Odloak, a ação começou por volta das 5h da manhã. Além da zeladoria, ele afirma que objetivo era de fiscalização de estabelecimentos irregulares. "Hoje, várias ocupações irregulares serão removidas", afirmou o prefeito regional.
Mais tarde, em postagem em sua página no Twitter, Odloak afirmou que foram encontradas "drogas pesadas" e "inúmeras armas brancas e de fogo", acompanhado de uma foto com facas e outros objetos.
Segundo, a prefeitura, foram apreendidas 57 facas e uma imitação de arma de fogo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.