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PMs reprimem protestos na região do Santos Dumont e da rodoviária do Rio

Do UOL, no Rio

28/04/2017 11h50Atualizada em 28/04/2017 14h49

A cidade do Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira (28) repressão policial a manifestações, confrontos, ônibus depredados e bloqueios de vias em protestos contra as reformas Trabalhista e da Previdência. A cidade entrou em estágio de atenção às 6h50 devido a bloqueios no tráfego em razão de protestos. Servidores e professores da rede pública protestam na tarde de hoje na frente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Um protesto na região da Rodoviária Novo Rio levou policiais militares a dispersarem manifestantes que fecharam vias por volta das 10h. Agentes da Tropa de Choque lançaram bombas de efeito moral e liberaram as ruas. Pouco depois, manifestantes voltaram a impedir o tráfego. Houve novo confronto. Por volta das 11h, o tráfego havia sido liberado na região.
 
Por volta das 8h, manifestantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) bloquearam vias de acesso ao aeroporto Santos Dumont. A PM pediu para eles liberarem. Cinco minutos depois, os policiais usaram balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes. Ao menos duas pessoas foram atingidas. Os bloqueios feitos por manifestantes pararam o Aterro do Flamengo e passageiros chegaram a desembarcar de carros para seguir a pé até o terminal de voos.
 
"A gente estava bloqueando a via aqui do Santos Dumont e a polícia chegou. Informamos que iríamos sair, mas eles começaram a atirar. Sem necessidade disso", disse o professor Elton da Silva, 31, que foi ferido por bala de borracha no braço.
 
Manifestantes protestaram no saguão do aeroporto com palavras de ordem contra o presidente Michel Temer. Dentro do Santos Dumont, uma briga envolvendo manifestantes e taxistas foi gravada em vídeo por cinegrafista amador (veja acima). Taxistas reclamaram das interdições realizadas por manifestantes, uma vez que os carros não conseguiam chegar ao aeroporto. Foi quando a discussão terminou em pancadaria.

PMs reprimem protesto na região da Rodoviária Novo Rio - José Lucena/Futura Press/Folhapress - José Lucena/Futura Press/Folhapress
PMs lançaram bombas contra manifestantes na região da Rodoviária Novo Rio
Imagem: José Lucena/Futura Press/Folhapress

Segundo o BRT Rio, 11 ônibus articulados foram depredados na madrugada de hoje e os serviços do corredor Transcarioca chegaram a ficar suspensos por volta das 2h30. Às 5h20, segundo a concessionária, os serviços começaram a voltar gradualmente. Por volta das 5h40, houve interrupção parcial do corredor Transoeste, porque manifestantes atearam fogo em pneus na pista, na altura da estação Embrapa, em Guaratiba.
 
No ato de servidores e professores na Alerj, o ex-integrante do programa Casseta e Planeta da TV Globo, o comediante Marcelo Madureira, foi expulso. Madureira, que portava um microfone do MBL (Movimento Brasil Livre), chegou a levar um chute de um dos manifestantes.
 

Transporte

 
Metrô e trens circularam normalmente na manhã desta sexta-feira. Ônibus também circularam na capital, mas em número reduzido. O sindicato dos motoristas de ônibus informou no começo desta semana que a categoria havia decidido aderir à greve geral nesta sexta. Por volta das 11h, a reportagem do UOL esteve na Central do Brasil, onde o fluxo de coletivos era normal.
 
No começo da tarde, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) operava apenas entre a Rodoviária e a Parada dos Navios. A circulação entre o Santos Dumont e a Cinelândia estava suspensa.
 
Muitas escolas particulares não abriram na capital fluminense. A maioria optou por enviar circulares às famílias comunicando a decisão, como no caso do Colégio Santo Inácio e Franco Brasileiro, entre outros na zona sul. Já a Secretaria Estadual de Educação disse que as unidades da rede pública funcionaram normalmente nesta sexta, sem informar contudo o número de escolas que não tiveram aula.
 

Governo defende reformas

Procurada, a Secretaria de comunicação da Presidência não quis comentar a mobilização. Em diversas ocasiões, Temer disse que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de empregos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que sem a reforma da Previdência o Brasil pode “quebrar”. Sobre a reforma trabalhista, Temer tem dito que é necessário modernizar as normas que regem as relações de trabalho.

 

*Colaboração de Marcela Lemos, do UOL, no Rio
 
 
O ex-integrante do programa Casseta e Planeta da TV Globo, o comediante Marcelo Madureira, foi expulso do protesto na Alerj. Madureira, que portava um microfone do MBL (Movimento Brasil Livre), chegou a levar um chute de um dos manifestantes.