Justiça aceita denúncia e Kel Ferreti tem nova prisão preventiva decretada
O MPAL (Ministério Público do Alagoas) informou hoje (19) que o TJAL (Tribunal de Justiça de Alagoas) aceitou a denúncia apresentada contra o influenciador Kel Ferreti, que teve um novo pedido de prisão preventiva decretado.
O que aconteceu
MPAL denunciou Kleverton Pinheiro de Oliveira, o Kel Ferreti, pelo crime de estupro. Segundo o documento, o influenciador digital teria tido relação sexual não consensual mediante violência com a vítima em 16 de junho de 2024, em uma pousada de Maceió.
Denúncia relata uma série de detalhes das agressões feitas por Kel. Homem teria dado "socos na costela e no quadril", "tapas fortes no rosto" e socos na mulher. Violência foi comprovada por meio de laudo médico do IML (Instituto Médico Legal) de Maceió. Ainda segundo o relato, Kel não utilizou preservativo nas relações forçadas.
Justiça aceitou a denúncia contra o influenciador digital. Sua prisão preventiva foi decretada.
Kel alegou em depoimento que a denúncia é falsa e que o ato foi consensual. O influencer está preso desde o dia 4 por outro crime. Ele foi alvo da operação Trapaça, que investiga uma organização criminosa suspeita de crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro envolvendo jogos de azar online.
A defesa de Kel Ferreti informou, em nota e vídeo, que o influenciador demonstrou "surpresa e indignação com o vazamento de informações sensíveis de um processo que tramita em segredo de Justiça." "Lamenta, ainda, a espetacularização midiática de uma situação tão delicada", diz.
Ressalta que não há qualquer fundamento nas acusações de abuso sexual feitas contra Kel Ferreti e assegura que todas as medidas legais estão sendo adotadas para provar sua inocência e restabelecer a verdade.A defesa reafirma seu compromisso com a justiça alagoana na busca pela verdade real dos fatos e pede respeito a todos os envolvidos, principalmente à família do Kel Ferreti.
Graciele Queiroz, advogada de Kel Ferreti
A violência sexual contra a mulher no Brasil
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.