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Hospital da Uerj suspende novas internações, corta 65% dos leitos e reduz atendimentos e cirurgias

Servidores do Pedro Ernesto protestam contra salários atrasados - Antonio Scorza/Agência O Globo
Servidores do Pedro Ernesto protestam contra salários atrasados Imagem: Antonio Scorza/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

19/06/2017 16h18

Os funcionários do Hospital Universitário Pedro Ernesto realizaram nesta segunda-feira (19) um protesto contra o atraso no pagamento dos salários dos servidores que trabalham na unidade e a situação do hospital. A partir desta segunda, a unidade deixará de aceitar novas internações até chegar a cerca de 70 leitos e serão realizadas apenas cirurgias de alto risco; consultas e exames também estão suspensos.

Em situação normal são 512 leitos, aproximadamente 150 mil atendimentos ambulatoriais entre consultas e exames e 2.000 cirurgias por mês. Por conta da crise, atualmente há apenas 200 leitos em funcionamento e, segundo a direção, o número de cirurgias deve cair para entre 70 e 80 ao mês.

A medida, segundo a direção do hospital, vinculado à Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), se deve à situação dos funcionários da casa, sem receber desde abril.

Em carta aberta divulgada na semana passada, a direção afirma que a atual situação tem imposto "drama pessoal e familiar, caracterizado por endividamento financeiro, adoecimento psicológico e físico, além de impossibilidade financeira até de se locomover ao trabalho". 

A circular afirma que a direção do hospital "sempre esteve atenta aos fatos que vêm ocorrendo no nosso Estado" e ressalta que a medida, além de afetar pacientes, trará grave prejuízo aos residentes e alunos da universidade.

Serviços como limpeza e segurança têm sido pagos às empresas terceirizadas via arresto judicial há um ano, segundo o diretor-geral do hospital, Edmar Santos.

A última decisão de arresto foi da 6ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), em 16 de maio. Além da limpeza e da segurança, a alimentação dos pacientes, a rouparia e serviços de manutenção também foram pagos com o repasse compulsório.

Os servidores do Pedro Ernesto fazem parte do grupo de 207 mil funcionários do Estado que ainda não receberam o salário de abril integralmente.

Em nota, a Secretaria de Fazenda do Estado informou que os servidores do Pedro Ernesto fazem parte do grupo de funcionários que teve R$ 700 referentes a abril depositados na quarta-feira (14) e que outros R$ 300 serão depositados ainda hoje. Segundo a secretaria, o restante do pagamento de abril e maio depende da arrecadação do Estado.