Após operações na cracolândia, Alckmin diz que fluxo de usuários caiu
Pouco mais de um mês depois da primeira operação que resultou na mudança de endereço da cracolândia, no centro de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o número de usuários sofreu uma redução. “Estamos trabalhando. Reduziu a um terço o número de dependentes”, disse em entrevista à Super Rádio AM nesta sexta-feira (23).
Em 21 de maio, a PM (Polícia Militar) e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) prenderam 36 traficantes que abasteciam e atuavam na região da cracolândia (na época, localizada na alameda Dino Bueno com a rua Helvétia). Após essa ação, os usuários acabaram se dispersando para outras regiões do centro paulistano, se concentrando, principalmente, na praça Princesa Isabel.
Desde a noite da última quarta-feira (21), os usuários se deslocaram novamente para um terceiro endereço: na alameda Cleveland, a uma distância de uma quadra do primeiro endereço.
Antes das ações, a região da rua Helvétia e da praça Julio Prestes era o ponto tradicional de usuários de crack na capital paulista. Segundo Alckmin, até maio, ela recebia 800 usuários, em média. “No pico, eram cerca de 1.000 pessoas”. Atualmente, são, no máximo, cerca de 300 usuários.
O UOL procurou o Palácio dos Bandeirantes para obter os números sobre o fluxo de usuários na cracolândia citados por Alckmin. O governo, porém, pediu que a informação fosse solicitada à SSP (Secretaria de Segurança Pública). A pasta, por sua, pediu que os dados fossem pedidos à Secretaria de Desenvolvimento Social, a qual também indicou a SSP como fonte. Posteriormente, foi passada a informação de que a GCM (Guarda Civil Metropolitana), por meio da Prefeitura de São Paulo, teria informação. A prefeitura, porém, disse que esses dados precisam ser obtidos com o governo paulista.
“O resultado tem sido bom. O problema da saúde pública está diminuindo. As famílias têm procurado seus queridos”, disse Alckmin.
O governador voltou a falar que a questão é “complexa” e que “não vai resolver em um estalar de dedos”. Além da questão da saúde, Alckmin voltou a pedir uma atuação do Planalto nas fronteiras do país a fim de evitar a entrada de drogas. “É um trabalho que a gente não pode desistir. De um lado, é combater o traficante. É preciso ter uma ação nas fronteiras por parte do governo federal”.
Retorno
Segundo informação obtida com exclusividade pelo UOL, dez participantes de quatro “regionais” do PCC (Primeiro Comando da Capital) na cidade de São Paulo e traficantes menores da facção decidiram na última quarta-feira (21) voltar à região da rua Helvétia.
O motivo da ordem teria sido o fato de que, na praça, as ações rotineiras do tráfico estavam mais expostas e sujeitas a desmantelamento.
Além de a praça estar localizada junto à interseção das avenidas Rio Branco e Duque de Caxias, que concentram grande tráfego de veículos, o terminal Princesa Isabel é vizinho, e as ações de repressão da PM e da GCM eram mais rotineiras que na Helvétia e na alameda Dino Bueno.
Um terceiro fator de preocupação do tráfico seria a iluminação mais presente da praça facilitar o monitoramento das forças de segurança por meio de drones da Prefeitura ou helicópteros da PM.
Na entrevista à rádio, Alckmin não comentou o retorno dos traficantes à Helvétia.
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