Topo

Mulher que denunciou sumiço de um gêmeo na BA estava grávida de só um bebê, diz polícia

Reprodução/Fábio Roberto Notícias
Imagem: Reprodução/Fábio Roberto Notícias

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

28/07/2017 15h30

A Polícia Civil de Ilhéus, no litoral sul da Bahia, descobriu que Cleidiane Silva dos Santos, que acusava a maternidade do sumiço de um de seus filhos após o parto, estava grávida de apenas uma criança. Em depoimento, o médico que fez o ultrassom que mostrava gêmeos disse que errou.

No final de junho, a jovem de 22 anos foi à Maternidade Santa Helena, do Hospital São José, para dar a luz ao que acreditava serem seus filhos gêmeos. Depois da cirurgia cesariana, em que ela sofreu um mal-estar, recebeu apenas um bebê.

Como Cleidiane tinha um ultrassom feito no começo de junho que indicava dois fetos, ela fez um boletim de ocorrência contra o hospital na delegacia de Ilhéus. Depois de um mês de investigações, a polícia concluiu que, de fato, a jovem gestava apenas um filho.

“Nós ouvimos toda a equipe médica do hospital, o diretor e o médico responsável pela ultrassonografia”, afirma a delegada Andréia Oliveira, responsável pelo caso, em entrevista ao UOL. “O médico assumiu que cometeu um erro no exame.”

De acordo com a delegada, Edson Moreno, da Clínica Radiológica de Ilhéus (CRI), fez dois ultrassons em Cleidiane, o primeiro mostrava apenas um feto e o segundo, dois. Este, feito no dia 3 de junho quando a jovem estava com 37 semanas de gestação, apresenta um feto com peso provável de 3,1 kg e outro com 2,8 kg.

“Ele explicou que o computador faz um cálculo de alguns índices, como peso, tamanho do fêmur e circunferência abdominal, de acordo com o tamanho do crânio. Dependendo do ângulo, pode dar valores diferentes”, afirma a delegada.

Ultrassonografia  - Reprodução/Fábio Roberto Notícias - Reprodução/Fábio Roberto Notícias
Ultrassonografia feita no dia 3 de junho causou a confusão
Imagem: Reprodução/Fábio Roberto Notícias

Segundo o depoimento de Moreno, o feto se mexeu durante o exame e isso o “induziu ao erro”. A reportagem ligou na CRI, mas não teve acesso ao médico.

De acordo com a delegada, como não houve o sumiço de nenhuma criança, o processo só terá sequência na esfera civil, caso a jovem queira entrar com um processo por danos morais contra o médico.

“Ela se preparou para dois bebês, fez dois enxovais. Vai depender dela”, afirma a delegada. O UOL não conseguiu falar com Cleidiane até o fechamento da matéria.