TJ-MG suspende CPI que investiga ex-prefeito de Belo Horizonte
O TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) suspendeu na sexta-feira (28), por meio de liminar, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada em maio na Câmara Municipal de Belo Horizonte para investigar possíveis irregularidades na gestão do ex-prefeito Márcio Lacerda (PSB).
A comissão investiga a PBH Ativos, criada em 2011 por Lacerda para gerir parcerias público-privadas no município. Além do município de Belo Horizonte, a PBH Ativos tem como acionistas a Prodabel (empresa municipal de informática) e BHTrans (empresa municipal de trânsito).
A empresa é alvo de quatro ações populares que investigam contratos e operações financeiras da PBH Ativos, além da CPI.
Lacerda tinha sido convocado para depor à CPI, em 18 de setembro, para prestar esclarecimentos sobre a criação da empresa. Sociedade anônima e vinculada à Secretaria Municipal de Finanças, a PBH Ativos teve R$ 300 milhões em recursos e imóveis do município incorporados ao seu patrimônio durante a gestão de Lacerda.
No mandato de segurança impetrado pelo ex-prefeito pedindo a suspensão dos trabalhos, Lacerda alegou que dois vereadores membros da comissão – Gilson Reis (PCdoB), presidente da CPI, e Pedro Patrus (PT), um dos relatores – participam das ações populares na Justiça contra a PBH Ativos. O ex-prefeito diz que, por causa disso, os vereadores não poderiam exercer a “função de investigadores” na comissão.
“(Os vereadores) já haviam entrado com ações populares contra a PBH Ativos, tendo inclusive elencado o ex-prefeito como réu, o que indicaria um já assumido juízo de valor por parte dos referidos parlamentares antes mesmo da instauração da CPI”, afirma a defesa de Lacerda.
Pedido de efeito suspensivo
Por meio de nota, Patrus disse que vai entrar com recurso contra a decisão do TJ-MG, solicitando efeito suspensivo da liminar.
“A CPI da PBH Ativos é fundamental porque investiga uma empresa que recebeu recursos advindos da administração pública municipal para compor seu capital social. É dinheiro público e como tal é necessária transparência na prestação de contas e em todas as ações que dizem respeito à sua utilização”, afirmou o vereador.
Também por meio de nota, o presidente da CPI afirmou que cabe aos vereadores fiscalizar as iniciativas da prefeitura.
“A CPI da PBH Ativos é uma demanda da sociedade civil. É papel dos vereadores, como integrantes do legislativo, fiscalizar todas as ações envolvendo o Executivo, principalmente as que envolvem o erário público”, afirmou Reis.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.