Após tiroteios e cerco militar, ministro da Defesa diz ver "estabilidade" na Rocinha
O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou nesta segunda-feira (25) que a favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, vive momento de "estabilidade" depois das operações militares e do cerco iniciado na tarde de sexta-feira (22), com objetivo de reprimir o tráfico de drogas e acabar com uma disputa entre grupos rivais.
"Há uma estabilização de ontem para cá [domingo para segunda-feira] dentro da comunidade da Rocinha. Os tiroteios que foram reportados anteriormente não eram entre facções, e sim entre polícia e bandidos", disse em entrevista à rádio "CBN".
O último tiroteio mais intenso na comunidade foi observado no sábado (23). Na ocasião, durante a madrugada, um dos protagonistas da disputa pelo controle do tráfico de drogas, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, retornou à Rocinha um dia após fugir pela mata, durante o cerco militar. Segundo informações da polícia, ele ainda se encontra no interior da favela. No domingo (24), houve um rápido tiroteio no fim da tarde.
Jungmann afirmou que, após quatro dias seguidos de ações militares na região, o impacto é considerado positivo. Ele elencou dois aspectos.
"Primeiro porque você tinha um clima de guerra entre facções lá dentro, o que levava o terror àquela comunidade. A Rocinha tem aproximadamente 80 mil pessoas, algo como 25 mil domicílios e uma área de 142 hectares. E adjacente a ela você tem a Floresta da Tijuca, que tem aproximadamente 4.000 hectares e por onde uma parte dos bandidos se evadiu. Eles se encontravam até a noite de ontem cercados, e a polícia fazendo lá dentro [na mata da comunidade, procurando localizá-los."
O ministro também destacou os resultados obtidos até o momento. Segundo ele, as informações passadas pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Roberto Sá, indicam a apreensão de 22 fuzis e oito granadas. Também foram presos pelo menos 17 criminosos, entre os quais um homem de 19 anos apontado como aliado de Rogério 157 na hierarquia do tráfico na Rocinha.
Questionado sobre a continuidade da presença militar na Rocinha, Jungmann disse que as Forças Armadas vão continuar no Rio de Janeiro até o fim do mandato do presidente da República, Michel Temer (PMDB).
"Segundo determinação do presidente Michel Temer, até o último dia de dezembro de 2018. Nós estaremos lá [no Rio de Janeiro] permanentemente, colaborando e apoiando as polícias", declarou.
"Ficaremos não necessariamente na Rocinha, mas no Rio de Janeiro. Sempre atuando de acordo com as polícias e a demanda até o último dia do atual governo."
Crianças sem aula nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira, pelo quarto dia consecutivo, 950 homens das Forças Armadas continuam com o cerco à Rocinha. Durante, não houve confronto entre as forças de segurança e traficantes de drogas. O comércio mais próximo da autoestrada Lagoa-Barra está aberto.
Apesar disso, as unidades de ensino da comunidade vão ficar fechadas nesta segunda-feira por motivo de segurança. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, seis escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil não estão funcionando, e mais de 3.000 crianças vão ficar sem aula hoje.
Além disso, pelo menos duas escolas particulares que ficam próximas à favela cancelaram as aulas: a Escola Parque e a Escola Americana, também por medida de segurança. (Com Agência Brasil)
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