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A 1ª noite da 'Xerifa da Rocinha' em Bangu: cela isolada e café com pão e manteiga

10.out.2017 - Danúbia Rangel foi presa ao deixar o apartamento de uma amiga na Ilha do Governador - ALEXANDRE BRUM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
10.out.2017 - Danúbia Rangel foi presa ao deixar o apartamento de uma amiga na Ilha do Governador Imagem: ALEXANDRE BRUM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

11/10/2017 12h48Atualizada em 11/10/2017 16h10

A ex-primeira-dama do narcotráfico na Rocinha, Danúbia Rangel, teve na madrugada desta quarta (11) sua primeira noite no sistema prisional fluminense após ter sido detida na tarde de terça-feira (10). Segundo a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro), ela está em uma cela separada das demais detentas na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste carioca. O motivo do isolamento não foi informado.

A realidade que a acusada encontrou na cadeia é bem diferente das extravagâncias proporcionadas, segundo a polícia, pelo dinheiro do tráfico. No café da manhã, a detenta de 33 anos, também conhecida pelo apelido de "Xerifa da Rocinha", recebeu pão com manteiga e café com leite.

A Seap informou que a cela atende às exigências da Lei de Execuções Penais, com área mínima de 6 m², dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

No almoço desta tarde, Danúbia poderá se alimentar com arroz ou macarrão, feijão, farinha, legumes, salada e proteína (carne branca ou vermelha), além de refresco e sobremesa. Já o lanche é composto por guaraná e pão com manteiga (ou bolo). No horário da janta, os agentes penitenciários servem o mesmo cardápio do almoço.

A detenta é mulher do ex-comandante das bocas de fumo na Rocinha Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que foi preso em 2011. Ela era conhecida por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais.

Em março do ano passado, Danúbia foi condenada a 28 anos de reclusão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa.

"Fonte de informações" do tráfico, diz delegado

Danúbia foi detida quando saía de carro, sozinha, do apartamento de uma amiga, nos arredores da favela do Dendê, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio. O cumprimento do mandado expedido pela Justiça foi feito por policiais da 39ª DP (Pavuna) e da 52ª DP (Nova Iguaçu).

O delegado Marco Aurélio Ribeiro (52ª DP) afirmou que a mulher de Nem era uma fonte de informações para a quadrilha de traficantes leais ao marido.

"A polícia conseguiu interromper uma importante fonte de distribuição de informações de uma determinada facção do tráfico", disse.

10.out.2017 -  Danúbia Rangel, mulher do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, foi presa nesta terça-feira (10) na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A prisão foi feita por agentes da 39ª DP (Pavuna) e 52ª DP (Nova Iguaçu). Ela foi levada no fim de tarde para a Cidade da Polícia, também na Zona Norte do Rio - ROMMEL PINTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO - ROMMEL PINTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Danúbia Rangel é presa no Rio
Imagem: ROMMEL PINTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
A Rocinha vive uma disputa entre grupos de traficantes depois de uma briga entre os ex-aliados Nem e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

O racha ocorreu após uma tentativa de invasão à comunidade, no mês passado. Na ocasião, mesmo detido na penitenciária federal de Rondônia, Nem ordenou que criminosos leais tentassem derrubar a quadrilha de Rogério 157, que assumiu o comando do tráfico na Rocinha depois da prisão do ex-chefe.

O episódio desencadeou uma intensa crise de violência na Rocinha, onde os tiroteios passaram a ocorrer com frequência diária. A resposta do Estado veio com uma grande ação de cerco militar. Foram mobilizados mais de 1.000 homens, entre militares das Forças Armadas e das polícias do Rio de Janeiro. A favela chegou a ser ocupada por uma semana. O quadro de violência, porém, continuou após a saída das tropas federais. A segurança agora é feita pela PM.

Por conta da briga entre Nem e Rogério 157, a Rocinha se tornou um lugar perigoso para Danúbia. No mês passado, ela foi expulsa da favela a mando do rival do marido.

Perfis ativos em redes sociais

No período em que esteve foragida, Danúbia teria respondido por perfis ativos nas redes sociais.

Recentemente, a loira teria supostamente atualizado duas vezes perfil no Facebook com as frases: "Amigo disfarçado, inimigo dobrado" e "Nunca saberemos o quão forte somos até que ser forte seja a única escolha". Em uma foto de biquíni, ela teria postado: "Quem nasceu pra ser rainha nunca perde a majestade!"

Com mais de 30 perfis em redes sociais em seu nome (alguns deles claramente falsos), a ex-primeira-dama do tráfico reúne admiradores. Apenas no Instagram, a loira conta com cerca de 20 mil seguidores.

Danúbia é presa ao deixar casa de amiga no Rio

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