Pai diz que adolescente que matou 2 em escola aprendeu a atirar pela internet, afirma delegado
O major da Polícia Militar Divino Aparecido Malaquias prestou depoimento por quase duas horas nesta segunda-feira (23) à Polícia Civil de Goiânia. O policial é pai do adolescente de 14 anos que atirou e matou dois colegas de sala no Colégio Goyases, unidade educacional particular, na capital goiana, na última sexta (20).
De acordo com o delegado Luiz Gonzaga Júnior, da Depai (Delegacia de Apuração de Atos Infracionais), o major confirmou que a arma utilizada pelo filho, uma pistola calibre .40, pertencia à mulher, também policial, mas subtenente. No depoimento, Malaquias disse não saber se o filho sofria ou não bullying dos colegas atingidos pelos disparos – entre os quais, dos alunos João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, mortos no ataque. "Ele disse que o filho sempre teve um bom relacionamento familiar, mas que nunca relatou uma eventual situação de bullying ou perturbação psicológica --nem a coordenação ou professores do colégio nos trouxeram que isso poderia ter ocorrido", disse o delegado.
Ainda segundo o policial, o major informou que o filho passou por tratamento psicológico há alguns meses, mas não precisou por quanto tempo, nem por qual motivo. "Ele confirmou que nunca, em casa, ninguém ensinou o filho a atirar; disse que ele aprendeu pela internet", descreveu Gonzaga Júnior.
Em reportagem no início da tarde, a TV Serra Dourada, afiliada do SBT em Goiânia, informou que a arma estava em casa acautelada pela mãe do adolescente, mas pertencia à PM goiana, porque ela estava afastada das funções. Ainda assim, segundo a reportagem, o major teia enfatizado que a pistola estaria guardada em um armário separadamente das munições –alocadas em uma gaveta trancada a chave.
No depoimento, o policial teria ainda relatado, prosseguiu a reportagem, que sobraram oito munições na gaveta onde o filho pegou as balas usadas no ataque. A arma foi encaminhada para perícia, e a Corregedoria da PM instaurou procedimento para apurar como o adolescente teve acesso à arma que estava sob a responsabilidade da mãe, que tem mais de 20 anos de corporação.
A policial está internada em uma clínica particular da cidade desde que soube do envolvimento do filho no caso.
O major deixou hoje a sede da Depai de Goiânia, onde o caso é investigado, sem falar com a imprensa.
Uma das vítimas que teve alta ontem, um adolescente de 13 anos, também prestaria depoimento nesta tarde, mas teve a oitiva realocada para a próxima quarta-feira (25) de manhã.
O adolescente que atirou estava apreendido na Depai, mas foi transferido no final da tarde a um centro de recuperação de menores infratores --o qual, por razões de segurança, não foi especificado pela Polícia Civil.
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