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Suspeito de sequestrar menina de 12 anos é preso no RS após fuga: "Monstro", diz mãe

Thayná de Jesus está desaparecida desde outubro em caso que mobiliza polícia - Reprodução/Facebook
Thayná de Jesus está desaparecida desde outubro em caso que mobiliza polícia Imagem: Reprodução/Facebook

Eduardo Carneiro

Colaboração para o UOL

13/11/2017 12h38

Ademir Lúcio Ferreira, 55, foi preso na madrugada desta segunda-feira (13) em Porto Alegre (RS) acusado de sequestrar a menina Thayná Andressa de Jesus, 12, em Viana, região metropolitana de Vitória (ES). A garota está desaparecida desde o dia 17 de outubro, em caso que mobilizou todo o Estado e gerou comoção nas redes sociais.

Ao UOL, a Polícia Civil confirma a prisão e diz investigar mais detalhes do caso. Em coletiva na manhã desta segunda, o delegado José Lopes, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o suspeito foi localizado numa rua no centro de Porto Alegre, em operação que mobilizava agentes do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo há uma semana.

Um vídeo que circulou nas redes sociais após a prisão mostra o suspeito falando como teria agido: Ademir relata que já conhecia tanto a garota como a mãe dela e a convidou para entrar no carro. Depois, dirigiu em direção a uma lagoa em Viana e perguntou se ela gostaria de ter relações sexuais por R$ 50. A menina, então, fugiu para a lagoa e se afogou, segundo ele.

“O corpo dela está na lagoa”, diz o suspeito no vídeo. “Liguei para a mãe dela para avisar, só que ela não atendeu”.

Sobre este relato, Lopes declarou que a investigação está apenas iniciando. “Qualquer coisa que divulgar, ele monta uma história. Por isso pedimos sigilo. Preciso dele aqui olhando nos meus olhos para saber o que aconteceu. No mais, é especulação”, afirmou o delegado. Ele acrescenta que não comunicaria quando o suspeito chega à capital capixaba “por questões de segurança”.

Ferreira era procurado pela polícia desde o início de novembro. Ele teria fugido de Vitória para Porto Alegre há uma semana e quase foi preso na última segunda-feira (6), segundo Lopes, mas conseguiu fugir. Desde então, estaria escondido numa pensão. O carro que ele usou no sequestro de Thayná foi localizado numa oficina em Guarapari (ES) na última terça (7).

Suspeito, Ademir Lúcio Ferreira foi preso em Porto Alegre após fugir de Vitória - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Suspeito, Ademir Lúcio Ferreira foi preso em Porto Alegre após fugir de Vitória
Imagem: Reprodução/Facebook

O homem de 55 anos já tem passagens por roubo, estelionato e homicídio e é suspeito de ter estuprado uma menina de 11 anos dias antes do sumiço de Thayná. Questionado sobre o perfil do acusado, José Lopes resumiu: “Para mim é um monstro. Perfil é esse. Um monstro. Menina de 12 anos... Não tem como definir”.

Em postagem no Facebook, a costureira Clemilda Aparecida de Jesus, mãe de Thayná, comemorou a prisão “deste monstro”. “Mais um pouco e ele saía do Brasil. Nós temos que agradecer muito a Deus que isso não aconteceu. Graças a Deus que eles conseguiram pegá-lo antes".

Agonia interminável

A luta de Clemilda para encontrar a filha comoveu o Espírito Santo. A menina desapareceu numa manhã chuvosa do dia 17, enquanto procurava caixas de papelão na rua para ajudar na mudança da família. Imagens de câmeras de segurança do local mostram o momento em que ela entra no carro que era dirigido por Ferreira.

Desesperada, Clemilda registrou boletim de ocorrência no mesmo dia. Páginas em redes sociais foram criadas para ajudar nas buscas e cobrar agilidade das autoridades. A falta de notícias neste período fez familiares e amigos organizarem vários protestos, como na BR-262 e no Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo.

Na última sexta (10), uma ossada foi encontrada na lagoa no bairro Ribeira, em Viana. Só o exame de DNA vai determinar se é de Thayná. O resultado costuma levar até 30 dias, mas o delegado José Lopes já cobrou urgência para tentar diminuir o prazo.

"Talvez eu não tenha que esperar muito mais tempo. E se aquele corpinho que encontraram lá for dela, eu vou fazer um enterro digno", disse Clemilda.