Mulher confessa que matou grávida e fez parto em casa para ficar com bebê em MG
“Hoje sou a mulher mais completa do mundo por estar te carregando, minha filha. Falta pouco para poder ver seu rostinho.” Restavam 28 dias para que Sophia viesse ao mundo, escreveu Gabrielle Barcelos em uma rede social na segunda-feira (4). Foi a última postagem da estudante de 18 anos. No dia seguinte, ela foi encontrada morta - e sem o bebê - nos fundos de um quintal enrolada em lençóis em Uberlândia (MG).
O caso foi elucidado ainda na terça-feira (5) pela Polícia Civil. Uma mulher de 37 anos confessou que matou a gestante, fez o parto e roubou a criança. Segundo o Boletim de Ocorrência a que o UOL teve acesso, o corpo foi encontrado no quintal da casa da suspeita, no Residencial Monte Hebron, depois que o próprio filho dela ligou para a Polícia Militar.
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De acordo com o B.O, o adolescente de 14 anos contactou a PM às 18h53 relatando que, ao chegar em casa, notou o chão sujo de sangue e que, nos fundos do quintal de terra, havia um uma pessoa envolta em um pano. Ao chegarem no endereço, os policiais encontraram “um corpo enrolado em uma colcha de cama, por cima um tapete e uma bicicleta”.
Acionada, a perícia descreveu "uma mulher que se encontrava com um ferimento de corte incisivo na barriga com exposição de vísceras”. A suspeita, que há meses fingia estar grávida, pegou a criança e deu entrada na Unidade de Atendimento (UAI) dizendo que acabara de dar à luz em sua casa.
Como o estado de saúde do bebê era crítico, a equipe médica encaminhou os dois para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Lá, a médica que examinou a suspeita duvidou que ela tivesse estado grávida e chamou a polícia.
Ao cruzar as informações das duas denúncias, os oficiais foram ao hospital e deram voz de prisão. A mulher, que segundo o B.O confessou o crime, usou uma lâmina para retirar a criança. Depois, asfixiou Gabrielle com as mãos, segundo as autoridades.
O plano
Em seu depoimento, a suspeita dividiu a culpa com o companheiro, que a estaria pressionando a ter um filho depois que ela passou por um aborto espontâneo de gêmeos. Com medo de acabar abandonada, ela contou ao parceiro que o aparelho de ultrassom estava quebrado e que ela, na verdade, continuava grávida, mas de apenas um filho.
A mulher, então, notou a gestação de uma vizinha e decidiu acompanhá-la. Depois de procurar na internet como realizar partos de emergência, a suspeita chamou Gabrielle em casa prometendo lhe dar o enxoval do filho que ela havia perdido.
A mulher ofereceu a Grabrielle um copo de suco em que colocou 40 gotas de Rivotril (conhecido por provocar sonolência). “Após alguns minutos, Gabrielle sentiu o efeito, disse estar com mal estar. Foi colocada no quarto sobre a cama para repousar”, diz o B.O. Foi quando a suspeita mandou os filhos para a escola, voltou para o quarto e enforcou a vítima.
“Usando uma lâmina tipo estilete, abriu a barriga da vítima e retirou a criança”, informa o boletim. Enquanto fazia isso, ela mandava mensagens para o companheiro dizendo que estava dando à luz.
Ele, então, chamou uma ambulância e foi direto para casa. Ao se deparar com a cena, “acabou de arrastar o corpo para os fundos da casa e jogar na valeta próximo ao muro dos fundos”. O casal e a criança entraram na ambulância e foram para o hospital.
Depois do cruzamento de informações, os dois receberam voz de prisão em flagrante e foram encaminhados para a delegacia de homicídios. O quadro de saúde da criança, segundo os médicos, permanece “instável”.
Em sua última postagem no Facebook, Gabrielle dizia que “tem coisas na vida que acontecem sem a gente planejar e acabam se tornando a coisa mais importante da nossa vida”. A vítima ainda comemorava o fato de ter recebido uma "benção de Deus" com a notícia sobre a maternidade.
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