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Nova rebelião em presídio de Goiás onde morreram 9 tem troca de tiros e granada

Prisão ficou destruída após rebelião do dia 1º em Aparecida de Goiânia - Divulgação - 3.jan.2018/TJ-GO
Prisão ficou destruída após rebelião do dia 1º em Aparecida de Goiânia Imagem: Divulgação - 3.jan.2018/TJ-GO

Do UOL, em São Paulo

04/01/2018 21h06Atualizada em 04/01/2018 22h21

Detentos realizaram uma nova rebelião em um presídio em Aparecida de Goiânia (GO) na noite desta quinta-feira (4). Segundo comunicado do governo de Goiás, houve "tentativa de explosão de uma granada e troca de tiros", mas o motim foi controlado por forças de segurança. Ninguém ficou ferido, mas houve uma fuga.

O UOL questionou a Secretaria de Segurança Pública goiana sobre a existência de uma granada e de armas de fogo em poder dos presos, mas a resposta foi de que o assunto está sendo investigado e informações serão dadas nesta sexta-feira (5), em entrevista coletiva das autoridades de segurança do Estado.

A rebelião começou quando presos de uma ala controlada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tentaram invadir outras alas onde estão membros da facção rival CV (Comando Vermelho), disse o governo.

Na última segunda-feira (1º), uma rebelião iniciada na mesma ala deixou nove detentos mortos e resultou na fuga de 242 presidiários. Destes, foram recapturados 143, mas 99 ainda estariam foragidos. Após o motim, foram encontradas três armas de fogo enterradas no pátio da cadeia.

Segundo a DGAP (Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás), nesta quinta-feira, os detentos da ala C da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia colocaram fogo em objetos após a tentativa frustrada de invadir outras alas.

Um grupo tático de agentes da DGAP entrou no local com unidades da Polícia Militar. Segundo a assessoria de imprensa, eles controlaram o motim e impediram a fuga de presos.

Disputa de facções

O secretário da Segurança Pública e Administração da Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri, disse ao UOL na quarta-feira que a primeira rebelião na unidade, ocorrida no início da semana, foi motivada por uma disputa de poder entre o PCC e o CV.

Os conflitos entre os dois grupos criminosos ocorrem no Estado desde 2013, quando membros do CV tentaram impedir que o PCC cooptasse novos seguidores em penitenciárias de Goiás.

O Estado é importante para as facções por sua localização geográfica. A região funciona como centro de distribuição de drogas que vêm dos países andinos para outros Estados do Brasil. Além disso Goiás está próximo do Distrito Federal, considerado um grande mercado consumidor de entorpecentes.

As duas rebeliões aconteceram na parte da penitenciária que abriga cerca de 770 detentos apelidados de "bloqueados" por cumprirem pena em regime fechado. A ala C, dominada pelo PCC, teria cerca de 450 presos.