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Família cerca e mata vizinha a facadas por causa de vaga de emprego, diz polícia

Érica Oliveira da Silva foi cercada e morta a facadas por causa de vaga de emprego - Reprodução/Facebook
Érica Oliveira da Silva foi cercada e morta a facadas por causa de vaga de emprego Imagem: Reprodução/Facebook

Wanderley Preite Sobrinho

Colaboração para o UOL

15/01/2018 12h27

A disputa por uma vaga de emprego terminou com a morte de Érica Oliveira da Silva, 24 anos, na noite do último sábado (13) em Santos, litoral paulista. Segundo a irmã da vítima e a Polícia Civil, Érica foi cercada pela família da rival Angélica da Cruz e morta a facadas em uma rua no bairro Monte Cabrão. As autoridades investigam o caso e já fizeram o pedido de prisão preventiva dos suspeitos.

Érica foi atacada quando voltava para casa por volta das 20h ao lado das irmãs: Débora Oliveira da Silva, 22, Daniele Alves de Oliveira, 29, e Rafaela Oliveira da Silva, 21. “Angélica provocou minha irmã, que respondeu. Aí elas começaram a brigar. A gente estava perto, mas um pouco afastada”, contou Rafaela ao UOL. “De repente o pai, o marido e o irmão mais novo da Angélica cercaram minha irmã. Então corremos para ajudar.”

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De acordo com Rafaela, o pai segurou uma de suas irmãs - Daniele - pelo pescoço e a derrubou no chão. Angélica, então, começou a esfaqueá-la. “O irmão [de Angélica] segurou Érica enquanto o marido deu uma facada por trás.” O golpe foi fatal.

Apenas Rafaela não saiu ferida. Débora foi esfaqueada uma vez e passará por cirurgia nesta segunda-feira (15) porque está com dificuldades para andar. Já Daniele teve o pulmão e intestino perfurados por três golpes e corre risco de morrer.

Emprego

Rafaela conta que Angélica viveu na mesma casa que elas há cerca de dez anos, quando dividiu o quarto com Érica. “Ela brigou com a família, foi expulsa de casa e minha mãe a acolheu. Ela viveu dois anos com a gente.”

O tempo passou, Angélica reconciliou-se com a família, voltou para casa e rompeu com os vizinhos. “Desde então ela começou a perseguir minha irmã.” A última investida, diz Rafaela, foi sobre o emprego de Érica, que há quatro anos trabalhava como assistente administrativa em uma empresa de comercialização de concreto.

No dia anterior ao crime, Érica postou mensagem interpretada por Angélica como indireta - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Um dia antes do crime, Érica postou mensagem interpretada por Angélica como indireta
Imagem: Reprodução/Facebook

“No dia 8 de janeiro, ela [Angélica] parou o chefe da minha irmã na rua, pediu que ele demitisse a Érica e a contratasse no lugar. Mas o chefe contou tudo pra minha irmã.” Desde então, as discussões públicas ficaram sérias.

No dia anterior ao crime, Érica postou no Facebook uma mensagem interpretada por Angélica como uma indireta. "Está passando fome, meu bem? Me fala, que até cedo meu emprego pra você, já que está oferecendo até o corpo, que por sinal é um lixo. Aceita: quem nasceu para ser cachorro, morre latindo", escreveu.

Rafaela confirma a postagem na rede social. “Aconteceu sim. Como ela ficou ofendendo a minha irmã, ela escreveu isso no Face porque estava com muita raiva. Mas isso não pode justificar um crime desse.”

Socorro e investigações

O socorro de Érica e das irmãs foi feito pela própria família porque o posto da Polícia Rodoviária no mesmo bairro justificou a necessidade de uma ambulância para a remoção. “Não podíamos esperar e socorremos. Ficamos sabendo que a ambulância e a Polícia Militar só chegaram duas horas depois.”

Procurada pelo UOL, a Polícia Civil de Santos informou que todos os suspeitos fugiram. “A investigação busca encontrá-los. Será difícil que eles se mantenham escondidos por muito tempo. O delegado já fez o pedido de prisão preventiva.”