Maioria dos deputados do Rio vota a favor de intervenção federal
Dos 46 deputados federais do Rio de Janeiro, 32 votaram a favor da intervenção federal na segurança do Estado, em votação realizada entre a noite de segunda e a madrugada de terça-feira (20). Apenas nove votaram contra. Outros quatro se ausentaram da votação.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não registrou voto devido seu cargo. No entanto, ao abrir a votação, ele, que é cogitado para disputar a Presidência por seu partido nas eleições deste ano, fez um apelo para que os parlamentares aprovassem a intervenção na segurança do Rio.
"Somos chamados a superar diferenças ideológicas, conceitos diversos de gestão da máquina pública, para mostrar união contra um inimigo comum a todos os homens e mulheres de bem; um inimigo comum a todos que têm espírito público: o crime organizado", afirmou o presidente da Câmara.
Maia ainda rechaçou a intervenção como militar. "Não se trata de intervenção militar. Longe disso. Vamos votar aqui um decreto de intervenção do governo federal no Estado do Rio de Janeiro. Diga-se de forma clara e direta: se fosse uma intervenção militar, esta Casa, com toda a razão e com todo o meu apoio e energia, a derrotaria", disse.
Ao todo, 340 deputados votaram a favor da intervenção, e outros 72, contra a medida. O decreto deve ser votado pelo Senado Federal nesta terça-feira (20).
Durante sete horas de debates no plenário, integrantes da base e da oposição ao governo Temer apresentaram seus argumentos, desde a urgência da intervenção para o Estado até críticas à "politização" do ato, classificado como "eleitoreiro".
Relatora do projeto na Câmara, a deputada Laura Carneiro (MDB-RJ) considerou que o decreto é constitucional. "Essa força intolerável do crime, organizado ou não, exige medidas urgentes como solução extrema para o resgate da paz e da segurança social", declarou.
O deputado Marcelo Delaroli (PR-RJ) afirmou que o ato vai suscitar aumento do efetivo policial do Rio de Janeiro. "Ninguém aqui está feliz com a intervenção no Estado, porém é a única opção que nós temos no momento em que as pessoas não podem sair de casa", declarou.
Já para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o governo federal usou a medida para desviar o foco da reforma da Previdência, com o objetivo de ganhar popularidade. "Ele [Michel Temer] tenta mudar a pauta desse país, se utiliza do desespero, da fragilidade das pessoas do Rio de Janeiro, colocando a pauta na segurança pública", afirmou.
Veja a lista dos deputados fluminenses:
Rodrigo Maia (DEM) - não votou por causa do cargo
Votaram a favor da intervenção (32):
Alexandre Serfiotis (PMDB)
Alexandre Valle (PR)
Altineu Côrtes (PMDB)
Arolde de Oliveira (PSC)
Aureo (Solidariede)
Cabo Daciolo (Avante)
Dejorge Patrício (PRB)
Deley (PTB)
Ezequiel Teixeira (Podemos)
Felipe Bornier (PROS)
Francisco Floriano (DEM)
Hugo Leal (PSB)
Indio da Costa (PSD)
Jair Bolsonaro (PSC)
José Reinaldo (sem partido)
Julio Lopes (PP)
Laura Carneiro (PMDB)
Marcelo Delaroli (PR)
Marcelo Matos (PHS)
Marco Antônio Cabral (PMDB)
Marcos Soares (DEM)
Miro Teixeira (REDE)
Otavio Leite (PSDB)
Paulo Feijó (PR)
Pedro Paulo (PMDB)
Roberto Sales (PRB)
Rosangela Gomes (PRB)
Sergio Zveiter (Podemos)
Simão Sessim (PP)
Soraya Santos (PMDB)
Sóstenes Cavalcante (DEM)
Zé Augusto Nalin (PMDB)
Votaram contra a intervenção (9):
Alessandro Molon (REDE)
Benedita da Silva (PT)
Celso Pansera (PMDB)
Chico Alencar (PSOL)
Glauber Braga (PSOL)
Jandira Feghali (PCdoB)
Jean Wyllys (PSOL)
Luiz Sérgio (PT)
Wadih Damous (PT)
Ausentes (4):
Chico D'Angelo (PT)
Cristiane Brasil (PTB)
Walney Rocha (PEN)
Celso Jacob (PMDB), que se encontra preso em Brasília e perdeu o direito de comparecer às sessões na Câmara
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