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Forças Armadas ocupam favela no Rio pela quinta vez em duas semanas

7.mar.2018 - Mulher e crianças passam por veículo das Forças Armadas na Vila Kennedy - Mauro PIMENTEL/AFP
7.mar.2018 - Mulher e crianças passam por veículo das Forças Armadas na Vila Kennedy Imagem: Mauro PIMENTEL/AFP

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

08/03/2018 06h05Atualizada em 08/03/2018 08h26

As Forças Armadas voltaram à favela da Vila Kennedy, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (8). Esta é a quinta grande operação na região em menos de duas semanas relacionada à intervenção federal na segurança do Estado.

Segundo o Comando Militar do Leste, 1.400 militares, veículos blindados, helicópteros e equipamentos pesados de engenharia, como tratores e britadeiras, participam da operação.

O objetivo principal é ajudar a polícia a patrulhar a região e evitar que criminosos voltem a instalar barricadas nas ruas.

A Vila Kennedy vem sendo tratada como uma espécie de modelo das ações das forças de segurança durante a intervenção no Rio.

Segundo o interventor, general Walter Braga Netto, não haverá ocupação prolongada de favelas no Rio, mas as Forças Armadas e as polícias realização ações temporárias e de surpresa em regiões dominadas pelo crime organizado.

A primeira grande ação na Vila Kennedy ocorreu no dia 23 de fevereiro, após a polícia apreender na região a arma do sargento do Exército Bruno Cazuka – que havia sido assassinado dias antes por criminosos em Campo Grande.

As forças de segurança prenderam suspeitos e destruíram barricadas montadas pelo crime organizado para impedir a passagem de veículos pelas ruas.

A ação se repetiu nos dias 26 de fevereiro e 3 de março. Porém, na última segunda-feira (5), helicópteros de redes de TV locais sobrevoaram a área e mostraram que o crime organizado havia reinstalado barricadas.

As Forças Armadas, então, voltaram à favela na quarta-feira (7) e destruíram novamente as barreiras. A ação desta quinta-feira visa evitar que o crime organizado volte a dominar a região.

Críticos afirmaram que, mesmo com as diversas ações de segurança, membros do crime organizado ainda estariam escondidos na região.

O UOL apurou com fontes ligadas à equipe do interventor que as ações ostensivas nas favelas fazem parte da estratégia, mas não são o foco principal da intervenção no Rio na fase atual das operações.

As autoridades federais se concentram atualmente em melhorar a capacidade de atuação das polícias civil e militar do Estado. Para isso estão fazendo mudanças na gestão administrativa e financeira das instituições, remanejando policiais para trabalhar nas ruas e atuando para adquirir mais veículos e equipamentos.

A ideia é tornar a polícia mais atuante para enfrentar o crime após a intervenção no fim do ano. Mas, em paralelo, as Forças Armadas devem lançar operações específicas para atacar o crime organizado e reduzir a mobilidade e a capacidade de ação dos bandidos em favelas.