Chefe da Polícia Civil do Rio cobra recursos e defende combate à corrupção durante posse
O novo chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, tomou posse nesta terça-feira (13) cobrando recursos e defendendo o combate à corrupção dentro da instituição. "Além do trabalho conjunto [com as Forças Armadas na intervenção federal], o aporte de recursos é imprescindível para o funcionamento da Polícia Civil", afirmou.
Em seu discurso, o novo chefe da Polícia Civil não comentou a prisão tampouco falou com jornalistas após a solenidade, mas defendeu o combate à corrupção na polícia.
"Combater a corrupção é uma das minhas prioridades", declarou, dizendo que sua gestão se pautará pela transparência. "O desafio é enorme. A intervenção federal [está] em vigor no nosso Estado e eu sou testemunha das ações de planejamento que vêm ocorrendo", afirmou.
O secretário de Segurança, general Richard Nunes, também endossou o discurso do delegado sobre a erradicação da corrupção na polícia.
"É fundamental que tenhamos um combate cerrado à corrupção. A corrupção é a origem de todas essas mazelas da sociedade brasileira. Mais do que uma crise política e econômica, o que temos é uma séria crise ética e moral que corrompeu a nossa sociedade", afirmou.
Rivaldo se comprometeu com a recomposição de quadros da Polícia Civil, encaminhamento da Lei Orgânica da instituição, melhorias na infraestrutura e no treinamento, além do aperfeiçoamento da inteligência com vistas sobretudo ao combate da corrupção na polícia.
"Imaginem o que esses homens de valor são capazes de fazer contra o crime quando bem aparelhados e valorizados", declarou. "A polícia reduz custo quando produz resultados eficientes", continuou.
Ele afirmou que deseja implantar um "conceito de gestão por resultados com planejamento estratégico, exequível e consistente". "Armem-se. Sejam homens de valor e estejam prontos para o conflito", finalizou. Virando-se ao secretário de Segurança, general Richard Nunes, Rivaldo afirmou: "A Polícia Civil jamais cederá ou recuará".
Não se faz 'CSI' sem dinheiro, diz ex-chefe da polícia
Por ora, o orçamento da intervenção federal está baseado no orçamento do Estado do Rio. No começo do mês, o presidente Michel Temer (MDB) anunciou uma linha de crédito via BNDES de R$ 40 bilhões para a Segurança Pública dos Estados em cinco anos, dos quais R$ 5 bilhões somente neste ano. Não há previsão de quanto desse montante será injetado na intervenção federal.
Na semana passada, o interventor, general Walter Souza Braga Netto, se reuniu com o juiz federal, Marcelo Bretas, responsável pela primeira instância da Lava Jato no Rio, que prometeu que haverá dinheiro recuperado de corrupção para a Segurança. No entanto, não se definiram valores ou datas para que isso aconteça.
Durante a solenidade de transmissão de cargo, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Carlos Augusto Leba também reclamou de falta de recursos. "Não se faz 'CSI' [programa de TV que mostra tecnologia e inteligência da polícia dos EUA] sem dinheiro", afirmou.
Aplaudido de pé pelo auditório lotado de policiais, Leba enfatizou a falta de recursos pela qual a sua gestão passou --de helicópteros parados há um ano a ameaça da aposentadoria dos policiais. Ele também citou a necessidade de treinamento e de recursos para unidades da polícia, como o IML (Instituto Médico Legal).
"Dos 26 mil homens [efetivo ideal], eu tenho 8.500. Implicava na vida do policial perder os seus direitos. Isso motivou uma sequência assustadora de aposentadoria", declarou. "Mas isso é um problema da história, não um problema dessa gestão", completou.
Leba também pediu apoio da Polícia Civil ao novo chefe, Rivaldo Barbosa, tal como ele foi apoiado. O secretário de Segurança assentiu com a cabeça neste momento.
Dirigindo-se a Rivaldo, Leba declarou: "Meu respeito pelo senhor é muito grande". O ex-secretario afirmou que Rivaldo foi "escolhido por competência".
"Espero que o senhor tenha a possibilidade de fortalecer a gestão e a instituição", disse. "O senhor é o quadro que se preparou para ser o nosso gestor."
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