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19 PMs são presos no interior de SP por ligação com organização criminosa

Ao todo, 300 policiais da Corregedoria participaram da operação no Vale do Paraíba - Hélio Torchi/Folhapress
Ao todo, 300 policiais da Corregedoria participaram da operação no Vale do Paraíba Imagem: Hélio Torchi/Folhapress

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

14/03/2018 13h47Atualizada em 16/03/2018 17h58

Uma operação deflagrada pela Corregedoria da PM (Polícia Militar) e pelo MP (Ministério Público) prendeu 19 policiais militares, nesta quarta-feira (14), suspeitos de terem ligação com uma organização criminosa no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

As prisões, que ocorreram nas cidades de Taubaté, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Registro, foram em decorrência de determinação, expedida nesta terça-feira (13), do juiz militar Ronaldo João Roth. Também foram expedidos 40 mandados de busca e apreensão em casas de militares e de civis.

Os nomes dos policiais não foram divulgados. No entanto, o TJM (Tribunal de Justiça Militar) afirmou que há oficiais e praças da PM presos na operação, sendo que o maior cargo é de tenente.

Dos 40 mandados de busca e apreensão, 16 são de cidadãos ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a investigação. No entanto, não há informações que liguem os PMs presos diretamente à principal facção criminosa do Estado.

A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Taubaté investiga, em paralelo, alguns dos policiais militares contra os quais foram decretados mandados de prisão por supostos homicídios praticados na região.

De acordo com o TJM, os 19 PMs presos foram direto ao presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista. Amanhã à tarde serão feitas as audiências de custódia de todos eles.

Segundo a Corregedoria da PM, além das prisões preventivas, de 30 dias, um civil foi preso durante a operação por porte ilegal de arma de fogo.

Um promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) explicou à reportagem que a investigação chegou até os 19 policiais a partir de um triplo homicídio ocorrido em Taubaté no mês passado, em que três jovens da mesma família foram assassinados.

Os corpos dos rapazes, de 21, 24 e 25 anos, foram encontrados dentro de um carro que tinha várias marcas de tiros. A família dos jovens havia denunciado que eles tinham sido abordados antes de serem encontrados mortos.

A suspeita é de que, entre os presos de hoje, estejam os responsáveis pelos assassinatos. No entanto, enquanto MP e Corregedoria investigavam os policiais, foram juntados elementos de que eles praticavam, como um grupo organizado, outros crimes, como tráfico de drogas, por exemplo.

Em nota, a PM informou ser uma instituição que "tem por objetivo a valorização dos bons policiais militares e a rígida depuração interna, não compactuando com ações contrárias ao Estado Democrático de Direito e aos valores e deveres policiais militares, sendo implacável quando constatados quaisquer desvios de conduta de seus integrantes."