Não há indício de utilização de carro apreendido em MG no homicídio de Marielle, diz delegado
A Polícia Civil de Minas Gerais ouviu na noite de domingo (18) o dono do carro apreendido por suspeita de ter sido utilizado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, e seu motorista, Anderson Gomes, 39, no Rio de Janeiro, na semana passada. O veículo, um Renault Logan prata, é do mesmo modelo e cor do usado pelos criminosos.
Apreendido na cidade de Ubá (MG), o carro tem placas do Rio, mas, por enquanto, não há indícios de que ele foi utilizado nos homicídios, segundo o delegado Gutemberg Souza Filho, à frente das investigações.
De acordo com o delegado, o carro foi periciado por policiais civis do Rio. Por ainda estar em fase de investigação, o carro vai permanecer apreendido, segundo a polícia. De acordo com a polícia de Minas, o caso agora está sob responsabilidade da polícia fluminense.
A Polícia Civil mineira informou que o dono do carro é um homem com passagens por prisões em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, mas não era foragido da Justiça. O suspeito, que teve participação descartada, por enquanto, é da cidade de Ubá e responde pelos crimes em liberdade.
"Ele negou. Não temos elementos para comprovar a participação dele [na morte de Marielle e Anderson]", afirmou o delegado à "Agência Brasil". Segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), o suspeito já respondeu a quatro processos por tráfico.
Segundo a investigação, o dono do carro se contradisse ao afirmar, primeiro, que tinha comprado o veículo em uma loja em Ipanema, zona sul do Rio. Depois, afirmou que a compra foi na Barra da Tijuca. Até a manhã desta segunda-feira (19), a polícia não divulgou todo o conteúdo do depoimento do dono do carro.
Imagens de câmeras de segurança que estão sob investigação da polícia do Rio mostram que, além do Renault Logan, um outro, um GM Cobalt, também participou da perseguição que terminou na morte de Marielle e Anderson.
O carro de Marielle foi atingido por nove tiros em ação que a polícia acredita ter sido premeditada. Ela levou quatro tiros na cabeça, e Anderson, três na lateral das costas. Uma assessora que também estava no carro foi atingida apenas por estilhaços.
O deputado Chico Alencar (PSOL) afirmou nesta segunda-feira que indícios relacionados ao tipo de munição e ao carro encontrado em Minas Gerais teriam “algum peso”, mas não seriam “relevantes” para a elucidação do caso.
Alencar integrou um grupo de parlamentares que se reuniu na manhã de hoje com o interventor federal Walter Braga Netto e com o secretário de Segurança, Richard Nunes.
Segundo Alencar, o fato de as munições usadas no crime terem sido roubadas de um lote que pertencia à Polícia Federal e o carro encontrado em Ubá não fariam diferença para o desfecho das investigações.
O Gabinete de Intervenção Federal e a Secretaria da Segurança Pública não se manifestam sobre detalhes da investigação para não atrapalhar o andamento do processo. Alencar disse que os deputados cobraram celeridade na investigação do caso.
Pistas sobre o assassinato
O Disque Denúncia informa que já recebeu 27 denúncias sobre o caso e encaminhou tudo para a polícia. O anonimato é garantido. Quem tiver qualquer informação a respeito da identificação e localização dos assassinos, pode usar os seguintes canais para denunciar:
- Whatsapp ou Telegram: (21) 98849-6099
- Central de Atendimento do Disque Denúncia: (21) 2253-1177
*Com colaboração de Luis Kawaguti, do UOL, e da Agência Brasil
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