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Forças Armadas fazem operação em área de conflito entre milicianos e traficantes no Rio

23.mar.2018 - Militares do Exército em operação em favela na zona oeste do Rio - Luis Kawaguti / UOL
23.mar.2018 - Militares do Exército em operação em favela na zona oeste do Rio Imagem: Luis Kawaguti / UOL

Do UOL, em São Paulo

18/05/2018 23h27Atualizada em 19/05/2018 06h25

A intervenção federal realiza desde a noite de sexta-feira operação das Forças Armadas e da polícia de grandes proporções na Praça Seca, um bairro da zona oeste do Rio. A região vem sendo marcada por intenso conflito entre milicianos e traficantes e é considerada uma área não estabilizada.

Segundo a BandNews FM, soldados e policiais fazem cerco à região, com revista a moradores e em carros que entram ou saem do bairro. Ainda segundo a rádio, a informação extraoficial é a de que criminosos tentaram fugir pela mata e alguns acabaram encurralados.

Organizações não governamentais que monitoram a ocorrência de tiroteios no Rio de Janeiro afirmaram durante a noite que houve disparos de armas de fogo na região. O Comando Conjunto negou, porém, que as Forças Armadas tenham participado de trocas de tiros. 

Devido à ação, a estrada Grajaú-Jacarepaguá está interditada nos dois sentidos. A opção para os motoristas é seguir pelo Alto da Boa Vista ou Linha Amarela para o trajeto entre as zonas norte e oeste da cidade.

A ação abrange sete favelas da região: Bateau Mouche, Caixa D’Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (José Operário), Covanca e Pendura-Saia – uma região onde vivem aproximadamente 150 mil pessoas.

Os maiores conflitos vinham acontecendo entre milicianos que controlam a favela da Chacrinha e traficantes do Comando Vermelho, que dominam a favela Bateu Mouche.

As duas favelas são separadas por apenas uma avenida, e as trocas de tiros eram intensas. No final de março um helicóptero de uma TV local flagrou imagens de criminosos cruzando a avenida portando fuzis e também trocando tiros com grupos rivais.

Segundo a organização Fogo Cruzado, que monitora episódios de violência na cidade com base em relatos de moradores e redes sociais, a Praça Seca registrou 150 vezes episódios de disparos de armas de fogo só neste ano, ou seja, uma média de ao menos um caso por dia.

A organização afirmou que o tiroteio dessa sexta-feira já durava cerca de cinco horas na região antes da chegada das forças de segurança. 

Ao todo, 2.800 militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis participam da ação desta noite de sexta. Eles recebem o apoio de blindados de transporte de tropas, aeronaves, caminhões e maquinário pesado para remoção de barricadas.

Entre os objetivos deles estão prender lideranças do crime organizado que vêm sendo monitoradas pelos setores de inteligência da intervenção. Em fevereiro, unidades especiais da polícia haviam prendido um dos líderes da milícia da região, conhecido como Júnior Play. Mas até agora as Forças Armadas não haviam entrado na região.

Milícia é o nome genérico dado a organizações criminosas formadas por ex-policiais e criminosos que cobram por “proteção” na favela ao estilo mafioso. Eles também exploram serviços irregulares como venda de gás e transporte em vans.