Jungmann sugere prorrogar intervenção e GLO no Rio até o final de 2019
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sugeriu nesta sexta-feira (15) prorrogar a intervenção federal e a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no Rio de Janeiro até o final de 2019.
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"Creio que dado o avanço que vai acontecer (no Rio), eu acredito que, seja quem for o governador do Rio de Janeiro, agiria de bom senso se se dispusesse a prolongar por mais um ano essa intervenção, porque é o tempo necessário para que a gente possa concluir", afirmou em visita ao Comando de Operações Navais da Marinha no Rio de Janeiro.
"Isso é a minha opinião. Se nós tivermos mais tempo, melhores resultados virão", disse.
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Eventuais renovações da intervenção e do decreto de GLO, que permite o uso de militares na segurança pública, dependem de um pedido do futuro governador do Rio e também que o próximo presidente da República concorde em fornecer ajuda federal. Uma vez acordada, a prorrogação da intervenção dependeria ainda de novo decreto e mais verbas federais.
Quase todos os principais pré-candidatos à Presidência já fizeram críticas à intervenção. Entre as observações dos presidenciáveis estavam a falta de planejamento prévio, a intervenção como resultado da omissão dos governos estadual e federal e a falta de comunicação com o Exército.
O UOL apurou que as Forças Armadas já traçaram planos para uma possível continuidade de operações militares no Rio de Janeiro por no mínimo mais seis meses após a data prevista para o fim da intervenção e da GLO em dezembro de 2018.
O ministro afirmou que o plano estratégico para a intervenção apresentado formalmente nesta semana ao presidente Michel Temer pelo interventor federal Walter Braga Netto traz informações sobre como as ações para a melhoria da segurança pública devem ser continuadas no próximo governo.
"O plano tem um legado. Ele aponta o que deve ser continuado e como deve ser continuado. Isso pode ser feito pelo governo local se entender que não precisa das Forças Armadas ou se o futuro governante solicitar ao futuro presidente [a continuidade da intervenção e da GLO]", afirmou Jungmann.
"Se você imaginar o grau de sucateamento que chegou o sistema de segurança do Rio de Janeiro, a gente tem que dar mais tempo ao tempo, para reciclar, para formar, para qualificar, para dar um senso de autoestima à policia do Rio de Janeiro", disse o ministro.
Ele comparou o processo às ações de diminuição da violência em outros países. Ele mencionou Medelin e Bogotá, na Colômbia, e Ciudad Juarez, no México, afirmando que nessas cidades o processo de reorganização da segurança demorou de cinco a nove anos. "Mas não estou dizendo que vai precisar de tido isso [no Rio]".
Monitoramento do mar
Jungmann participou na tarde desta sexta da apresentação de um sistema de monitoramento de embarcações na costa brasileira que, segundo ele, pode ajudar a combater o transporte de armas, criminosos e drogas pelo litoral fluminense, especialmente na Baía de Guanabara.
Na semana passada, a Polícia Civil interceptou criminosos que saíram de uma região controlada pela facção criminosa Terceiro Comando Puro, na favela da Maré, zona norte do Rio, para recuperar armas que haviam sido escondidas no morro Chapéu Mangueira, dominado pela mesma facção, no Leme, zona sul da cidade.
O ministro disse que o novo sistema já está em operação e teria resultado em prisões, mas não mencionou números.
O sistema, tratado como projeto-piloto, é chamado de SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul). Os militares chamam o mar territorial brasileiro, uma faixa de 22 quilômetros contados a partir da costa, de Amazônia Azul devido à sua grande extensão.
Ele integra uma série de sensores -- como câmeras de monitoramento, radares de embarcações militares e o sistema internacional de monitoramento de navios (uma espécie de GPS dos navios) a um programa de computador que consegue detectar movimentos de embarcações considerados "suspeitos".
Segundo o ministro, quando uma embarcação suspeita é identificada, órgãos de segurança, como a Polícia ou a Receita Federal podem ser alertados para fazer a abordagem. Em tese, a própria Marinha poderia ser acionada para interceptar, por exemplo, uma embarcação suspeita de transportar membros do crime organizado pela Baía de Guanabara. Porém, Jungmann não deu detalhes de como esse processo aconteceria na prática.
Em uma apresentação ao ministro, a Marinha disse que vai expandir o sistema -- que já opera na Baía de Guanabara desde a Olimpíada -- para outras regiões do litoral fluminense e para a região do porto de Santos.
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