Após 8 mortes em 4 dias, militares deixam favelas do Alemão, Penha e Maré, no Rio
Os cerca de 4.200 militares das Forças Armadas e 70 policiais civis que realizaram uma operação de quatro dias nos complexos de favelas do Alemão, Penha e Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, deixaram a região na tarde de sexta-feira (24).
A operação terminou com cinco suspeitos e três militares mortos em tiroteios. Essa foi a primeira vez que militares do Exército foram mortos em ação durante a intervenção federal iniciada em fevereiro.
Segundo o Comando Conjunto, 86 pessoas foram presas e 53 armas foram apreendidas (15 fuzis, 27 pistolas e 11 granadas de mão).
Quatro jovens e um adolescente que foram detidos em casa -- sob suspeita de monitorar a ação das forças de segurança supostamente para beneficiar o crime organizado -- foram liberados.
Familiares afirmaram que eles estavam jogando videogame e tinham recebido imagens sobre a movimentação de tropas enviadas por outros moradores para alertar sobre riscos que foram considerados suspeitas pela polícia.
As Forças Armadas e a polícia também apreenderam 1,5 tonelada de drogas (cerca de 1.000 quilos só de maconha), 27 cadernos com anotações e contabilidade de traficantes de drogas, mais de 4.700 munições e 13 coletes à prova de balas durante os quatro dias de operação.
Cinco reféns também foram libertados e 41 barricadas erguidas pelos traficantes foram destruídas.
Os militares ocuparam as favelas na madrugada de segunda-feira (20), após realizar ao menos duas missões de inteligência nos dias anteriores. Eles trocaram tiros com membros da facção criminosa Comando Vermelho em diversos pontos das 26 favelas – entre eles na Vila Cruzeiro, na Penha, e no Morro da Fé, no Complexo do Alemão.
Segundo o Comando Conjunto, houve a redução gradual das forças a partir de quinta (24) até sexta-feira (24). Porém, o patrulhamento continua sendo feito na área pela Polícia Militar. O órgão afirmou que os objetivos estabelecidos para a operação foram alcançados.
Na manhã desta sexta-feira, criminosos fizeram disparos contra a base de uma das ao menos oito UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) que funcionam na região, mas ninguém ficou ferido.
A operação também foi alvo de polêmicas, pois moradores afirmaram em redes sociais que teriam tido suas casas invadidas supostamente sem mandado por forças de segurança. A informação foi negada pelo comando. A Defensoria Pública ainda analisa alegações de moradores, mas o Ministério Público Militar afirmou que, como um todo, a ação ocorreu dentro da lei.
Desde o início da intervenção, as Forças Armadas realizaram cerca de 80 operações cerco e patrulhamento nas principais favelas do Rio de Janeiro.
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