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Morre mulher que teve 80% do corpo queimado em SP; marido é principal suspeito

Bruna Jenifer Cirilo Barbosa estava em coma induzido desde o fim de agosto - Reprodução/Facebook
Bruna Jenifer Cirilo Barbosa estava em coma induzido desde o fim de agosto Imagem: Reprodução/Facebook

Fernando Molina

Colaboração para o UOL

14/09/2018 17h16

Morreu na última quarta-feira (12) a jovem Bruna Jenifer Cirilo Barbosa, de 21 anos, que estava internada desde o final de agosto após ter 80% do corpo queimado em um incêndio na casa onde morava em Itanhaém, litoral de São Paulo. O marido dela, Jorge Pereira Barros, chegou a ser detido por suspeita de colocar fogo no local de propósito, mas foi liberado em seguida.

Por conta da extensão dos ferimentos, a vítima foi mantida em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos, também no litoral paulista, razão pela qual não conseguiu prestar depoimento sobre o caso, o que, segundo a Polícia Civil, dificulta o encerramento do inquérito.

O principal suspeito segue sendo o marido de Bruna, única pessoa que também estava no imóvel na noite da ocorrência. Ao UOL, o delegado responsável pelo caso, Jaime Marcelo da Fonte Nogueira, explicou que o laudo da perícia ainda não foi concluído para determinar a causa do incêndio e a forma como as chamas se espalharam pela casa, que ficou destruída.

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Na própria noite da ocorrência, em depoimento à polícia, o suspeito disse que as discussões entre ele e a mulher eram frequentes. O motivo principal seria um ex-namorado da jovem, que, segundo Barros, fazia contato com a vítima por mensagens, mesmo preso por tráfico de drogas. De acordo com as investigações, a jovem tinha uma tatuagem com o nome do ex no tórax.

O homem alegou que, na noite do incêndio, Bruna se cobriu com uma manta acrílica para se proteger do frio e o cobertor teria pegado fogo por acidente quando ela acendeu um fósforo. Ainda segundo ele, as chamas se espalharam porque havia um galão de gasolina aberto. "Para ajudá-la", ele teria tentado apagar as chamas com outra manta similar, que também também pegou fogo sobre o corpo da vítima.

Para Nogueira, a polícia entende a morte de Bruna como um ato criminoso, um homicídio. "Pode ser que o Ministério Público entenda os fatos de outra forma, mas agora que não vamos mesmo ter o depoimento dela, precisamos de novos dados para provar que existia algum problema a mais entre eles", explica. Ainda segundo o delegado, as declarações do suspeito sobre o incêndio depõem. "Estamos tentando apurar que houve uma morte dolosa [quando há intenção de matar], buscando uma forma de quebrar essa versão dele."

Agora, a polícia espera o resultado das análises da perícia e o depoimento da mãe, "que relatou que a relação deles tinha problemas, brigas causadas por ciúmes. A dificuldade é a distância: Roseli  Cirilo mora na capital e não consegue deslocar até o litoral de São Paulo. Para tanto, o delegado explicou que foi expedida uma carta precatória, um documento que permite um depoimento ocorrer em uma comarca diferente do local da investigação. "Para nós as declarações dela são importantes se ela tiver mais alguma informação sobre essa eventual crise que o casal estava vivendo. Temos premência para acabar isso logo", disse Nogueira.