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"Ele chora o tempo todo", diz mãe de jovem que perdeu perna após ser jogado na frente de trem

Reprodução/Google Street View
Imagem: Reprodução/Google Street View

Fernando Molina

Colaboração para o UOL

03/10/2018 18h37

O homem atingido por uma composição do metrô após ser empurrado nos trilhos da estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana, do Rio de Janeiro, precisou amputar parte da perna esquerda por conta da extensão dos ferimentos causados no incidente. Maycon Soares dos Santos, de 26 anos, aguardava na plataforma para voltar para casa na noite do último domingo (30), após trabalhar vendendo pirulitos na região, quando a agressão ocorreu.

Em contato com o UOL, Eva Lúcia Dutra Soares, mãe do rapaz, negou a versão divulgada inicialmente pela Polícia Civil e pela MetrôRio, que gerencia o transporte na cidade, de que houve apenas uma briga entre Maycon e outro usuário do metrô. "O que as pessoas que estavam com ele na hora me contaram é que a estação estava cheia e tinha dois homens que abordaram e tentaram pegar o celular dele. Ele pode até ter brigado, mas foi para evitar que roubassem o celular dele, porque ele saiu de casa para trabalhar, tinha ido vender pirulitos na Parada Gay", explicou.

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De acordo com Eva, as testemunhas relataram que a agressão não ocorreu no momento da tentativa de roubo. "Já tinha terminado essa briga, aí quando o outro rapaz notou que o metrô estava chegando na estação, foi e empurrou meu filho, aí ele já não viu mais nada. Depois me ligou com um bombeiro do lado, dizendo 'mãe, acho que perdi minha perna'. Ele chora o tempo todo", lamentou.

Santos segue sob cuidados médicos no Hospital Municipal Miguel Couto, mas tem quadro de saúde estável. O suspeito pelo crime é Oriel Frinhani Badaro, de 23 anos, preso em flagrante no próprio domingo. Após audiência de custódia, foi encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, onde responderá por lesão corporal de natureza grave.

"Eu sei que a prisão desse rapaz não vai trazer a perna do meu filho de volta, mas eu sei que meu filho poderia ter morrido. Em vez de ter sido arrancada a perna dele, poderia ter sido a cabeça. É bom esse rapaz ter uma punição, porque assim ele não faz isso com mais ninguém, porque ninguém merece passar pelo que eu estou passando. Ninguém. Como é que pode a pessoa querer tirar a vida de alguém, porque a maldade que ele teve no coração foi essa, de tirar a vida do meu filho", disse Eva.