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Caso Rayane: Adolescente pegou duas caronas e ligou para a polícia antes de ser morta

Rayane Alves estava desaparecida desde 20 de outubro, após sair de festa no interior de São Paulo - Reprodução/Facebook
Rayane Alves estava desaparecida desde 20 de outubro, após sair de festa no interior de São Paulo Imagem: Reprodução/Facebook

Olga Bagatini

Colaboração para o UOL

31/10/2018 12h51

Um homem foi preso na noite desta terça-feira (30) suspeito de ter assassinado Rayane Alves Paulino, que desapareceu na madrugada de 21 de outubro ao sair de uma festa em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Ela foi encontrada morta em um matagal em Guararema no último domingo (28), com um cadarço amarrado ao pescoço e com sinais de asfixia. Segundo a Polícia Civil, a adolescente de 16 anos pegou duas caronas e chegou a ligar para o 190 para pedir socorro.

Os investigadores acreditam que Rayane teria tentado voltar andando para casa, mas, no caminho, teria entrado em dois carros. A primeira carona teria sido até a rodoviária de Guararema e a segunda, já dentro de Mogi, com o homem que veio a praticar o crime.

A garota teria entrado no veículo de forma voluntária, porém logo se arrependeu, ligou para a polícia e tentou sair do veículo. "A quebra do sigilo telefônico mostrou que a garota tentou ligar para o 190, provavelmente para um pedido de socorro, na região de Jacareí. Foi no período da ligação que ela começou a cair em si, falar que o pai dela era policial, que ela não queria ter relações sexuais com o homem e que o pai ia matá-lo se tentasse alguma coisa", explicou uma porta-voz do delegado Rubens José Ângelo, responsável pelo caso.

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A hipótese da polícia é de que o assassino se irritou com a negativa da adolescente, jogou o celular dela pela janela do carro e tentou asfixiá-la com o cadarço do tênis. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou morte por asfixia, mas o delegado ainda aguarda o resultado dos exames toxicológicos e necroscópicos. Também foi requisitado ao IML coleta de material de sêmen para verificar se houve violência sexual.

Apesar de a prisão ter ocorrido nesta terça, policiais já estava atrás do suspeito, mas tiveram de esperar por conta da lei eleitoral vigente no Brasil, que proíbe prisões cinco dias antes e 48 horas depois da eleição, exceto em casos de flagrante. Segundo a Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes, o homem será indiciado por quadruplamente qualificado (motivo torpe, meio que dificultou a defesa da vítima, crueldade e assegurar a impunidade por um outro crime), estupro e ocultação de cadáver. Ele confessou o crime após ser preso.

Relembre o caso

Rayane Paulino desapareceu na madrugada de 21 de outubro. O pai, Márcio Paulino Alves, levou a menina até a casa de uma das duas amigas que iriam com ela na festa. No meio da noite, a adolescente informou as duas que precisava ir embora mais cedo e que o pai iria buscá-la, mas isso jamais aconteceu.

Segundo a mãe da menina, Rayane costumava sempre dar satisfações sobre onde estava e com quem. Por esse motivo, quando o relógio marcou 17h de domingo (21) e ela ainda não havia entrado em contato, os pais começaram a ficar preocupados. Eles ligaram para a garota e ninguém atendeu.

Sem notícias da filha, na segunda-feira (22) os pais de mobilizaram e passaram a divulgar o desaparecimento em cartazes espalhados por Mogi e nas redes sociais. Na quinta (25), a Polícia Civil de Mogi encontrou o aparelho celular da jovem na Avenida Presidente Dutra, na região de Jacareí.

Já na tarde de domingo (28), o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) informou aos bombeiros que um corpo havia sido encontrado em Guararema. O reconhecimento feito pela mãe, que confirmou que realmente se tratava da adolescente desaparecida.