Atirador planejava chacina em Campinas desde 2008, aponta polícia
O atirador Euler Grandolpho, que matou cinco pessoas e se suicidou na Catedral de Campinas (a 100 km de São Paulo), no dia 11 de dezembro, premeditava a chacina desde 2008. A informação consta no diário apreendido pela Polícia Civil na casa do atirador, após o crime.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (21), pela Polícia Civil, em Campinas. O delegado do Deinter-2, José Henrique Ventura, e o responsável pelo caso, Hamilton Caviolla, apresentaram imagens do atirador fazendo pose com a pistola 9 mm utilizada no crime e áudios em que ele indicava que cometeria o crime.
Pelo que foi levantado pela investigação não há indícios de que outra pessoa tenha ajudado ou planejado o crime com Euler. A Polícia suspeita que ele tinha transtornos mentais. Segundo relatos feitos pelo atirador, ele se sentia perseguido pelo "Estado".
"Qualquer pessoa que tem o mínimo de consciência faria o que eu vou fazer. Não tenho dúvidas disso. É lamentável chegar a essa conclusão, mas é o que vai acontecer. Eu garanto que minha alma via ficar em paz", disse Euler em um áudio registrado em seu gravador.
A minha alma vai ficar em paz. Quando você lembrar de mim, você vai lembrar do seu passado."
Os primeiros trechos divulgados do diário, Euler afirmava que "precisava fazer algo grande", se dizia perseguido e citava o massacre de Realengo.
Entenda como foi o ataque
Imagens de uma câmera interna da catedral mostram que o atirador estava sentado em um banco próximo aos fundos da igreja. Ele se levanta e atira em pelo menos três pessoas atrás dele. Duas delas permanecem caídas enquanto uma outra se levanta, cambaleante, e vai em direção à porta. Enquanto isso, um grupo de pessoas que estava do lado oposto da igreja também vai em direção à porta. O homem então passa a atirar em direção a elas.
Uma pessoa que estava no centro da catedral fica no chão. O homem então vai até o corredor, atira em direção à saída da igreja e caminha até ela. Ele recarrega a arma e, enquanto isso, uma mulher escondida entre os bancos se levanta e consegue escapar. O atirador caminha em direção ao altar e sai do campo de visão da câmera. As próximas imagens mostram dois policiais entrando na igreja.
De acordo com a PM, enquanto atirava, Euler Fernando Grandolpho foi atingido por um disparo efetuado por policiais e, ferido, se suicidou --o que, na avaliação da corporação, impediu que o homem continuasse atirando contra quem estava dentro da igreja.
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