Família acusa PM de matar jovem de 14 anos que era autista; corporação nega
A Polícia Militar do Rio de Janeiro instaurou um inquérito para apurar a morte de Allan Gomes, de 14 anos, morto no último domingo (6) durante uma ação da PM no morro da Chacrinha na Praça Seca, zona oeste da cidade. A Delegacia de Homicídios também foi acionada e investiga o caso. A família do jovem acusa policiais militares de terem matado o menino que sofria de autismo.
Em vídeos divulgados na internet, a irmã da vítima diz que os agentes colocaram uma arma na mão do adolescente para que ele fosse identificado como bandido. "Meu irmão, por desobediência, desceu o morro no meio de confronto. Na televisão não estão dizendo que teve guerra na Chacrinha, mas o "caveirão" [blindado usado pelo Bope] subiu lá mandando tiro em todo mundo e matou meu irmão. Estão dizendo que ele era bandido. Ele não era bandido", disse Rayssa Santos em um apelo nas redes sociais.
Sem contar que meu irmão ainda era autista, entendeu? E tinha problemas. Era uma criança. Um bobo. Chorava por tudo. Brincava com a minha filha de cinco anos. Eles [policiais] sobem o morro e não querem saber se é morador, se é bandido, se é milícia. Eles sobem o morro mandando tiro
Rayssa Santos
Já a PM informou que uma equipe foi deslocada para a região após receber denúncias de criminosos armados na comunidade e que durante o patrulhamento, os militares foram recebidos a tiros e houve confronto. Além de Allan, outros dois adolescentes foram mortos. Eles foram identificados como Alex Matheus Pereira Barreto da Silva e Wallace Ferreira da Silva. Segundo a PM, três pistolas foram encontradas com eles.
As vítimas foram levadas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste, mas não resistiram aos ferimentos. "A Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital) investiga o caso. Em paralelo, a Secretaria de Polícia Militar instaurou um procedimento apuratório para verificar as circunstâncias do fato", informou a corporação através de nota.
Mulher baleada na região
A região da Praça Seca, na zona oeste, tem sofrido com confrontos frequentes nesta semana. Na última terça-feira (8), uma mulher foi ferida após ser baleada durante uma troca de tiros entre traficantes e milicianos que atuam no local. Tamires Queiroz, 27, foi ferida quando passava pela rua Cândido Benício, em frente à estação Ipase do BRT (serviço de transporte em ônibus articulados). Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros para o hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Segundo a secretaria de Saúde, o quadro de saúde dela é considerado estável.
Os confrontos na região acontecem há quatro dias seguidos. Na terça-feira, a rua Cândido Benício chegou a sofrer bloqueios no trânsito por questão de segurança. O policiamento foi reforçado pela PM na região.
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