Rio deve R$ 4,5 milhões a empresas de drenagem de galerias da cidade
Resumo da notícia
- Prefeitura do Rio deve R$ 4,5 milhões a empresas que drenam água das vias
- Cidade foi alvo de tempestade na última quarta-feira, e previsão é de chuva forte hoje
A imagem do mergulhão Billy Blanco, túnel na Barra da Tijuca, submerso por 15 horas após o término do temporal da última quarta-feira (6) ilustrou a dificuldade da cidade do Rio de Janeiro em lidar com a drenagem das vias em casos de muita chuva. A previsão do tempo indica mais água caindo sobre a cidade hoje. Além do baixo investimento, a prefeitura deve R$ 4,5 milhões a prestadores de serviço indispensáveis em momentos críticos como o da última semana.
As empresas que aguardam pagamento fornecem caminhões de sucção a vácuo, conhecidos como "vacol", à Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente. O UOL teve acesso a planilhas de empenhos realizados pela administração Marcelo Crivella que mostram que apesar de terem realizados os serviços, cinco empresas não recebem os valores estabelecidos nos contratos.
A reportagem enviou email às assessorias de imprensa das secretarias de Conservação, da Casa Civil e do prefeito Crivella, solicitando esclarecimentos sobre os motivos dos atrasos nos pagamentos às empresas terceirizadas e, sobretudo, quantos veículos desse tipo estão à disposição da prefeitura atualmente.
Na última quinta-feira, quando a cidade enfrentou o temporal, apenas dois caminhões vacol estariam em uso, segundo servidores ouvidos sob condição de anonimato. Em nota, a Secretaria de Conservação afirma que na madrugada da última quarta-feira foram usados 12 caminhões vacol, que fazem parte do plantão, e que ao amanhecer todos os 24 equipamentos foram empregados contra os alagamentos na cidade.
Ainda segundo a nota, os mergulhões da Barra da Tijuca possuem sistema de bombeamento para evitar alagamentos, contudo frequentemente o equipamento é alvo de furtos, ficando inoperante. Por isso a necessidade de usar vacol para retirar a água acumulada.
O caminhão que atendeu ao mergulhão foi deslocado da avenida Brasil, e técnicos da Conservação permaneceram no COR monitorando as chuvas e direcionando os caminhões disponíveis de acordo com as prioridades: as ruas Jardim Botânico e do Catete, por exemplo, eram atendimentos mais urgentes.
O fato é que passadas mais de 15 horas do fim das chuvas sete grandes bolsões de água ainda causavam transtornos para os motoristas em bairros das zonas Sul, Norte e Oeste da cidade.
Água acumulada: 2 m de profundidade
Na Barra da Tijuca, uma das áreas mais impactadas pelo temporal, as galerias do mergulhão Billy Blanco, que faz a ligação subterrânea entre as avenidas das Américas e Ayrton Senna, ficaram submersas por 18 horas após as chuvas. Na galeria, a água acumulada passou dos dois metros de profundidade.
A análise da planilha de empenhos mostra que no campo destinado aos serviços executados e não pagos pela administração municipal figuram as empresas Engelopes Indústria e Comércio, Dimensional Engenharia, Globo Construções e Terraplanagem, Erwil Construções e Monjardim Construções, todas contratadas para a realização de serviços de conservação e manutenção de drenagem urbana.
De acordo com o deputado federal Pedro Paulo (DEM), autor do levantamento, a atual gestão pagou menos da metade do valor contratado pelos serviços já executados. Um dos serviços mais prejudicados foi o de limpeza de galerias por meio de caminhões de sucção. Esses equipamentos são usados para drenar a água acumulada em bolsões em vias públicas e nos mergulhões. O empenho ocorre, por exemplo, após a assinatura de um contrato para prestação de serviço. Neste caso, quando o serviço for executado, o valor é liquidado pelo contratante.
A secretaria de Conservação reconhece que há pagamentos pendentes e afirma que eles já estão programados.
A avenida Niemeyer, que liga São Conrado ao Leblon, na Zona Sul, segue interditada nos dois sentidos por causa dos deslizamentos. O mesmo acontece na Estrada das Canoas, que liga São Conrado ao Alto da Boa Vista.
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