Com milhares de seguidores, falsificadores de carrões fazem sucesso na web
Resumo da notícia
- Homens que fabricavam réplicas de Ferraris e Lamborghinis têm canais no YouTube para mostrar o processo de fabricação
- Eles pegavam motores e partes internas de outras veículos e montavam dentro da carcaça do carro de luxo
- Os carros eram alugados para eventos ou vendidos por até R$ 180 mil
Abordados ontem pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo, os fabricantes de réplicas de carro de luxo fazem sucesso na web exibindo o processo de pirataria.
Em canais no Youtube, eles mostram como fazem imitações de latarias de Ferraris e Lamborghinis e as encaixam com motores de outros veículos.
A polícia chegou até os "fabricantes" devido a queixas das marcas originais.
São investigados Serafim Cley Silva, 36, e André Felipe Calegari, 37. Ambos têm fábricas de carros piratas e, segundo a polícia, vendiam as réplicas.
Um homem que atendeu os policiais em uma das oficinas, Hugo Leonardo dos Santos, 35, também está sendo investigado.
Milhares de seguidores
Cley tem um canal no YouTube com 143 mil inscritos e uma conta no Instagram com cerca de 12 mil seguidores. Ele tem uma loja em São Bernardo do Campo, grande São Paulo.
Já o canal "Calegari Design" tem 74 mil inscritos no Youtube e 8 mil no Instagram.
Em um dos vídeos, Calegari conta passo a passo como pirateava uma Lamborghini cinza. Ele afirma ter colocado um motor de uma BMW Audi e o câmbio de outro modelo, também da Audi. "Corre para caramba e é bem esportiva", definiu.
O boletim de ocorrência diz que foi encontrado um motor do carro Ford Fusion dentro da carroceria de uma Lamborghini. Os policiais não identificaram indícios de que as partes sejam roubadas.
Ferrari de até R$ 180 mil
Na loja de Calegari, os policiais encontraram a carcaça de um modelo da "La Ferrari". Indagado, ele afirmou que, por mais que seja dono de uma empresa, o protótipo é particular e que iria construí-lo com o único objetivo de servir como "simulador".
A polícia diz que eles vendiam os carros por valores que iam de R$ 160 mil a R$ 180 mil. Os compradores sabiam que não era o carro original e até alugavam as réplicas para usar em eventos.
Segundo as autoridades, construir réplicas de carros de luxo é crime contra o desenho industrial, segundo o artigo 187 da Lei de Propriedade Industrial.
Foi instaurado um inquérito policial que irá investigar o material utilizado pelos responsáveis na construção da carcaça dos veículos. A pena para esse crime é de três meses a um ano de prisão ou o pagamento de multa cujo valor será estipulado pelo juiz do caso.
Os fabricantes prestaram depoimento e aguardam a perícia da Polícia Civil para, então, tomarem os procedimentos para o inquérito, que será remetido ao poder Judiciário. A reportagem tentou contato com os investigados, mas não obteve retorno.
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