"Entre perder o barracão e a vida, fique com a vida", diz Doria após chuvas
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez um apelo às pessoas que moram em locais de risco, como encostas e barrancos, para que deixem suas casas e permaneçam nos abrigos da Prefeitura até que cessem as chuvas na cidade. "Entre perder o barracão e a vida, fique com a vida", disse Doria nesta tarde.
"Faço um apelo para as pessoas que moram em locais de risco, um apelo à Defesa Civil para que convençam essas pessoas a irem para os abrigos da Prefeitura. Estamos oferecendo alimento, água, colchões, cobertores. Nesse momento, o maior risco é as pessoas ficarem em suas casas e correrem o risco de perderem suas vidas", afirmou Doria em entrevista à BandNews.
Doria ainda confirmou que 12 pessoas morreram por conta das enchentes que atingiram a cidade na madrugada de ontem para hoje. A 12ª vítima é um homem de 45 anos que foi encontrado dentro de um córrego na Avenida Engenheiro Olavo Alaysio de Lima, em Santo André, cidade do ABC paulista.
Na entrevista, o governador ainda informou que foram mobilizados 10 mil agentes da Defesa Civil, cerca de 1.600 homens do Corpo de Bombeiros para atuar na capital e Grande São Paulo. Além disso, a Polícia Militar usa 13 helicópteros Águia para sobrevoar as regiões afetadas pelas chuvas.
Para professor, habitação popular é fundamental
Subsidiar moradias populares para pessoas de baixa renda é uma das medidas que pode, mesmo que parcialmente, sanar os problemas decorrentes das enchentes na cidade. Essa é a avaliação do urbanista e professor da Universidade de São Paulo, Nabil Bonduki.
"Hoje temos um problema sério de aproveitamento das áreas e terrenos da cidade. Como não existe moradia para todos, as pessoas acabam indo morar em áreas de risco, e ficam suscetíveis a soterramentos e desmoronamentos. É fundamental termos um programa de habitação para as pessoas de baixa renda", diz Bonduki ao UOL.
Das 12 pessoas mortas nas chuvas dessa madrugada, cinco pessoas foram vítimas de deslizamentos; quatro em Ribeirão Pires, no ABC paulista e uma criança em Embu das Artes.
"Nós paramos de investir na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Até 2014 metade dos imóveis construídos no programa eram para pessoas de baixa renda. Depois, esse número caiu para 7% ou 8%. Sabemos que não é um programa perfeito, tem problemas e pode ser melhorado. Mas precisamos de iniciativas com essas características", argumenta Bonduki.
Segunda maior tempestade em 24 anos
A tempestade que caiu entre nesta madrugada foi a segunda maior em mais de duas décadas. Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura de São Paulo, foram registrados 57,8 milímetros de chuva, a segunda maior marca para o mês em 24 anos de medição. O maior registro é de 29 de março de 2006, quando choveu 73,3 milímetros na capital.
O rio Tamanduateí, na avenida do Estado, transbordou e a prefeitura suspendeu o rodízio de veículos no período da manhã desta segunda. Toda a capital foi colocada em estado de atenção, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) por mais de 14 horas, até as 12h05 de hoje.
Ao UOL, a meteorologista Helena Turon Balbino, do Inmet (Instituto Nacional de Metereologia), explicou que o mau tempo foi causado pela combinação da temperatura acima dos 30ºC registrado ontem em São Paulo com os ventos fortes e carregados de umidade.
A previsão do tempo, no entanto, indica que as chuvas na região continuarão com forte intensidade. Segundo o CGE, a capital e a Grande São Paulo, maiores afetadas pelo temporal desta noite, têm indicação de fortes chuvas amanhã e quarta-feira (13).
*Com reportagem de Leonardo Martins, do UOL em São Paulo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.