Vaticano reconhece segundo milagre, e Irmã Dulce se tornará santa
Um novo decreto assinado pelo papa Francisco reconhecendo um segundo milagre atribuído a Irmã Dulce fará com que ela seja proclamada santa. A informação foi divulgada hoje pelo "Vatican News", canal oficial de comunicação do Vaticano. O site afirma que a canonização da Irmã Dulce acontecerá em "solene celebração de canonizações", mas a data não foi divulgada.
Nascida como Maria Rita Lopes de Sousa Brito, em 1914, Irmã Dulce será a primeira brasileira (nascida no Brasil) a virar santa. Apesar de ter nascido na Itália, Santa Paulina é considerada a primeira santa brasileira, canonizada em 2002. Dos cinco santos considerados brasileiros, apenas Irmã Dulce e Frei Galvão nasceram de fato no Brasil.
Ainda não se sabe qual milagre atribuído a ela teria motivado a sua canonização.
Para virar santo, uma pessoa precisa ter ao menos dois milagres reconhecidos. Irmã Dulce já teve um deles reconhecido pela Santa Sé e que motivou sua beatificação em 2011. Desde então, mais de 3.000 relatos de graças alcançadas pela sua intercessão chegaram ao Vaticano. Os peritos consideraram três deles consistentes o suficiente para motivar a abertura de um processo de canonização.
Eles foram enviados ao Vaticano, em 2014, pelas Obras Sociais Irmã Dulce, instituição social fundada por ela em 1959. As investigações correm em sigilo.
O primeiro milagre atribuído a ela e que lhe rendeu a beatificação aconteceu em 2001, em Itabaiana (SE). Cláudia Cristiane dos Santos havia sido desenganada pelos médicos depois de dar à luz, devido a um quadro muito grave de hemorragia. Após 28 horas e três cirurgias, os médicos viram se esgotar as possibilidades de tratamento.
O padre José Almi de Menezes teria rogado à Irmã Dulce, de quem era devoto, pelo salvamento da paciente. Durante as orações, a hemorragia parou, o que se constituiu no milagre reconhecido pelo Vaticano.
Para ser considerado um milagre um fato precisa ter quatro requisitos: ser instantâneo, perfeito, duradouro e inexplicável.
Quem foi Irmã Dulce?
Soteropolitana e conhecida como "Anjo Bom da Bahia", ela teria 105 anos se estivesse viva. A religiosa se dedicou ao trabalho social nas ruas da capital baiana. Começou prestando assistência à comunidade favelada dos bairros de Alagados e de Itapagipe e depois, fundou a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário de Salvador e o Círculo Operário da Bahia, que proporcionava atividades culturais e recreativas, além de uma escola de ofício.
Em 1949, acolheu no galinheiro do situado ao lado do Convento Santo Antônio cerca de 70 doentes recolhidos das ruas de Salvador. O episódio é considerado a origem da OSID, instituição filantrópica fundada por ela dez anos depois.
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