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Deslocamento de talude de mina de Barão de Cocais chega a 21 cm por dia

Luciana Quierati

Do UOL, em Barão de Cocais (MG)

27/05/2019 10h54Atualizada em 27/05/2019 13h51

A velocidade do deslocamento do talude (parede de contenção) norte da cava da mina do Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), aumentou de ontem para hoje, passando de 20 para 21 cm por dia em pontos isolados, segundo boletins da ANM (Agência Nacional de Mineração) divulgados às 9h e às 13h.

Na porção inferior da estrutura, a velocidade da rachadura passou de 15,8 cm/dia no final do dia de ontem para 17,8 cm/dia no início da manhã de hoje, havendo redução para 17,5 no começo da tarde.

A projeção da Vale era de que o talude comprometido pudesse ruir até sábado (25), o que não aconteceu. Questionada hoje pelo UOL sobre uma possível nova previsão de queda, a mineradora respondeu que as projeções estão sendo revistas diariamente - e que, portanto, um novo prazo não será dado.

A possibilidade de queda do talude agrava a situação da barragem Sul Superior, que teve seu certificado de estabilidade negado em 8 de fevereiro - o que fez a Vale acionar as sirenes pela primeira vez, evacuando os cerca de 500 moradores da chamada zona de autossalvamento (ZAS), logo abaixo da barragem -, e entrou em nível máximo de alerta para rompimento em 22 de março, quando novamente as sirenes tocaram.

A barragem Sul Superior fica a 1,5 km da cava da mina de Gongo Soco e pode se romper dependendo da intensidade das vibrações que podem ser provocadas pela queda do material rochoso e pesado do talude. A Vale, dona do complexo minerário, diz que não há elementos técnicos indicando que a queda da parede da mina seja um gatilho para o rompimento da barragem.

De qualquer forma, mesmo que o talude caia e não afete a barragem, o plano de ação para evacuação dos 6.054 moradores que estão na segunda área de maior risco, a chamada zona de segurança secundária (ZSS), continuará de pé. Isso porque a barragem seguirá em alerta de nível 3, o máximo, até que a Vale consiga realizar ações que voltem a garantir a sua estabilidade.

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