Topo

Ator é condenado a 5 anos de prisão por participar de atentado contra PMs

Ator William Preciliano Bezerra, condenado a cinco anos de prisão - Reprodução/Facebook
Ator William Preciliano Bezerra, condenado a cinco anos de prisão Imagem: Reprodução/Facebook

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

28/06/2019 11h30

A Justiça do Rio condenou a cinco anos de prisão o ator William Preciliano Bezerra, preso desde agosto do ano passado, acusado de participar de um atentado contra policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Morro dos Prazeres, no bairro de Santa Teresa, na região central da cidade. O caso ocorreu em novembro de 2017.

Na internet, circulavam fotos do jovem armado. No entanto, as imagens foram feitas durante as gravações de um filme. Em algumas imagens, ele aparece ao lado do ator José Loreto, que atuou recentemente na novela "O Sétimo Guardião", da TV Globo.

De acordo com a sentença da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, William estaria com uma pistola e junto a outro réu, Mayk, vigiava os policiais feitos reféns no meio de uma quadra de futebol da comunidade. Segundo a investigação, 40 homens participaram da ação para roubar as armas dos militares, intimidá-los e exigir que eles abandonassem o patrulhamento de alguns pontos da favela.

William e José Loreto - Divulgação - Divulgação
William tira foto ao lado de José Loreto durante gravação de Justified
Imagem: Divulgação
O jovem foi reconhecido por seis dos sete PMs ameaçados. Um deles não confirmou a participação do jovem no ataque. A policial Alexandra, disse em depoimento que "o rosto era familiar, mas que não poderia afirmar com clareza". Já o outro réu, Mayk, comparsa de William, foi um dos homens reconhecidos pela policial.

O reconhecimento de William foi feito pelas vítimas através de fotos e o ator foi preso preventivamente ao comparecer ao Detran para dar entrada na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No local, ele descobriu que possuía um mandado de prisão contra ele.

Na sentença, a juíza Paula Fernandes Machado destacou as consequências do delito para as vítimas. "Em decorrência [das ameaças], todas as vítimas tiveram que se afastar de seus serviços, tendo que ficar de licença médica e de se submeterem a tratamento psicológico, com prescrição de medicamentos controlados", explicou.

No documento, a defesa de William alegou que ele foi confundido com traficante por ter sido reconhecido em sede policial pela foto do filme que participou, portando um fuzil de brinquedo. No entanto, segundo consta na sentença, "tal alegação foi veemente rebatida por todos os policiais vítimas. Todos esclareceram que William foi reconhecido por uma foto, extraída de rede social, onde aparece de camiseta preta, cabelo encaracolado e reflexo loiro, sem portar qualquer arma, e junto com amigos".

Relembre o caso

William foi preso em agosto do ano passado após ser reconhecido por fotografia como um dos envolvidos no ataque aos policiais ocorrido em 2017.

Ao todo, sete PMs lotados na UPP do Morro dos Prazeres foram mantidos em cárcere privado pelas 40 suspeitos armados. As vítimas foram obrigadas a colocar no chão todas as armas que tinham, enquanto os bandidos os ameaçavam de morte e tiravam selfie com os equipamentos dos militares. O grupo exigiu que as guarnições deixassem a área conhecida como "Doce Mel" e terminassem com o patrulhamento no "Beco do Agnaldo".

Os policiais negociaram sua rendição com o grupo e foram liberados uma hora depois. O comandante da UPP chegou a ser procurado por uma policial liberada pelos traficantes, a pedido dos próprios criminosos, mas ele não foi encontrado.