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Família do suspeito de matar Mariana Bazza estaria sofrendo ameaças

Mariana Bazza, estudante de fisioterapia que foi assassinada no interior de São Paulo - Reprodução/Facebook
Mariana Bazza, estudante de fisioterapia que foi assassinada no interior de São Paulo Imagem: Reprodução/Facebook

Wagner Carvalho

Colaboração para o UOL, em Bauru

30/09/2019 20h31

Os familiares de Rodrigo Pereira Alves, conhecido como Rodriguinho, estariam sofrendo ameaças depois de ele ter sido apontado como o suspeito de matar Mariana Forti Bazza, 19 anos, na última terça-feira (24), em Bariri, 340 km de São Paulo.

Segundo uma pessoa próxima à família que não quis se identificar, as mensagens de intimidação não param de chegar e os familiares de Rodriguinho estão aterrorizados. "Todo mundo ficou horrorizado com o que aconteceu, mas eles são gente de bem, trabalhadores e não merecem ser punidos". As ameaças mais frequentes estariam sendo feitas contra a irmã e a mãe do Rodrigo. "Eles perderam a paz, mas não são culpados. A mãe dele está às custas de remédios e calmantes", afirmou essa pessoa próxima à família.

A Polícia Militar confirmou que desde a noite de terça-feira passada, quando Rodriguinho foi detido, por diversas vezes teve que reforçar a policiamento no bairro onde a irmã mantem um comércio e vive com a família. Outras vezes a viatura precisou ficar estacionada no local.

O pequeno comércio da família está fechado desde a noite de terça-feira passada, quando os policiais estiveram no local na busca por Rodriguinho. A pessoa próxima à família que conversou com o UOL disse que todos estão amedrontados com o que pode acontecer quando a polícia não estiver por perto.

"Eles são todos trabalhadores, lutaram para conquistar o que possuem, não podem ser condenados por um crime que o Rodrigo possa ter cometido", afirmou.

"Eles já cogitaram deixar a cidade por algum tempo, mas o temor é voltar e não ter mais nada do que a família lutou anos para conseguir. Eles são religiosos, o Rodrigo quando saiu da cadeia na última vez, começou a frequentar a igreja também, trabalhava todo dia, cuidava da mãe, não dá pra saber o que aconteceu para que ele cometesse tamanha barbaridade", completou.

Ficha criminal

Rodrigo Pereira Alves tem uma longa ficha criminal, a maioria em casos que envolvem violência contra mulheres. Em 2001, na zona leste de São Paulo, armado com uma faca ele atacou uma estudante, também de 19 anos, e por esse crime cumpriu 13 anos de cadeia.

Em janeiro de 2015, em Itápolis (SP), Rodrigo foi acusado de ter invadido a casa de mulher e mandou que ela ficasse nua. A vítima contou a polícia na época que Rodrigo ficava se encostando nela, depois pegou um computador da vítima e fugiu. Nesse caso, por falta de provas, ele foi absolvido.

No mesmo ano, em outubro, dessa vez Bariri (SP), uma mulher disse que Rodrigo se passou por instalador de cerca elétrica para entrar na casa dela. Dentro da casa, ele fez ameaças com uma faca e também fez com ela ficasse nua. Rodrigo foi acusado de roubar R$ 740 da vítima além de câmera fotográfica, um celular e um relógio.

Por esse crime, depois de ficar foragido por alguns meses, Rodrigo foi preso em fevereiro de 2016. Nesse caso, ele foi condenado a seis anos e cinco meses de prisão. Há cerca de um mês, ele foi beneficiado com o direito a liberdade condicional.

Rodrigo também foi acusado tentativa de homicídio contra um policial civil. No caso de Mariana, a polícia encontrou no carro da vítima que estava de posse de Rodrigo, uma faca que havia sido furtada da chácara onde ele fazia "bico" de pintor.

Causa da morte

A Polícia Civil aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP) para apontar a causa da morte. Integrantes da investigação não descartam a possibilidade de Rodrigo ter visto no celular de Mariana que ela havia enviado uma foto dele para o namorado e isso tenha motivado a decisão de matá-la.

A Polícia Civil de Bariri segue várias linhas de investigação para fechar a acusação contra Rodrigo. Outra possibilidade é de que ao dominar a vítima, ele tenha utilizado de força exagerada e estrangulado a jovem.

Integrantes da investigação afirmam que ele continua calado e não tem colaborado para a elucidação do crime.