Após alegarem assédio, menores confessam ter esfaqueado homem por dinheiro
Duas adolescentes de 13 e 17 anos confessaram à polícia terem matado de modo cruel um homem de 31 anos, em Ji-Paraná (RO), após uma noite regada a álcool, ontem. A ideia delas seria roubar a casa da vítima, mas o segundo crime não ocorreu. As duas foram apreendidas.
A vítima estava voltando de uma festa com um amigo por volta das 5h e ofereceu carona para quatro jovens que vinham de uma casa noturna. Dessas, apenas três foram para a casa, onde o crime aconteceu.
Antes de confessarem o crime, porém, as duas garotas traçaram um plano para tentar enganar a polícia: a jovem de 13 anos confessar o crime dizendo que reagiu a um suposto assédio sexual.
Segundo o delegado Regional de Ji-Paraná, Henrique Mendonça Bittencourt, a história não foi bem contada e levantou suspeitas. Após entrevistas com os ocupantes da casa, as duas acabaram confessando o homicídio.
"A versão inicial dada pela menor de 13 anos, de que teria matado a vítima porque ela teria passado a mão em seu corpo, logo caiu por terra. Ficou evidente que a ideia era ficar impune da situação e acobertar a outra menor de 17 anos", afirma o delegado, citando que as menores são usuárias de droga e afirmaram que, naquela noite e madrugada, fizeram uso de maconha e cocaína.
Bittencourt ainda afirmou que as duas adolescentes esperaram a vítima cair em sono profundo para matá-la. "Ele estava em uma cama em um quarto escuro. A vítima já estava extremamente cansada por ter passado a noite na balada na companhia do amigo."
A forma cruel e fria como as duas agiram chamou a atenção do delegado. "Elas cortaram uma tira de toalha e enforcaram a vítima. A menor de 13 desferiu um golpe de faca na altura da garganta da vítima, e a suspeita de 17 tomou o cabo da faca e torceu num movimento de corte como uma serra."
Ainda em depoimento, segundo a polícia, as adolescentes suspeitas informaram que a ideia surgiu da própria menor de 13 anos, que pensou em roubar objetos e carros da casa. Ela chegou a perguntar se a companheira de 17 anos sabia dirigir.
"Na garagem havia dois carros. Elas ainda procuraram por objetos na casa", disse o delegado, citando que elas não conseguiram roubar nada porque o amigo da vítima —que estava no quarto com a amiga das suspeitas— ouviu pancadas dadas na vítima e acordou. "Isso despertou a atenção do colega que estava no outro quarto, que veio em seu socorro."
As duas adolescentes estão apreendidas à espera da decisão da Justiça sobre o período de internação. "Ainda investigamos a possibilidade desta terceira maior idade que estava na casa —e é irmã da adolescente de 13— ter alguma participação intelectual no crime, já que materialmente nada fez", finaliza o delegado.
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