PM é afastado após agredir adolescente de 13 anos em Mato Grosso do Sul
Um policial militar foi afastado das atividades externas após agredir um adolescente de 13 anos em Coxim, no Mato Grosso do Sul, a 217 quilômetros de distância de Campo Grande. O caso ocorreu na última quinta-feira (24) quando o PM estava de folga. Segundo a família, o adolescente estava brincando com um amigo quando uma pedra atingiu a casa do policial militar, que correu atrás do garoto e passou a agredi-lo.
Uma tia do adolescente, de 40 anos, que pediu para não ser identificada, estava sentada na frente de casa tomando tererê com o marido quando viu um vulto passar pelo portão e, em seguida, começaram os gritos do parente. Ela correu e encontrou o sobrinho caído no chão. "Nisso, eu já vi policial agredindo meu sobrinho. Eu gritei e disse para não fazer aquilo que só tinha um rim".
Segundo a tia, ninguém tentou conter o PM por receio que ele estivesse armado. Em seguida, a esposa do policial foi até o local e retirou o homem dali.
"Foi tudo muito rápido. Meu sobrinho e um amigo estavam brincando de jogar pedras um no outro e deu a infelicidade de cair pedra na casa desse policial", falou a tia.
O adolescente começou a vomitar na calçada e foi levado ao Hospital Regional Álvaro Fontoura. No sábado (26), ele foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande. A mãe do adolescente, que também não quer se identificar, disse que o filho precisa passar por uma cirurgia, mas até agora os médicos não conseguiram conter uma hemorragia na região do abdômen. Segundo a mãe, há risco do garoto perder o único rim em funcionamento - por um problema genético, ele nasceu apenas com um rim.
Fotos repassadas pela família para o UOL mostram lesões na cabeça, nas costas e na região dos rins. Conforme a Santa Casa, o adolescente está em estado estável e está sendo acompanhado por um médico nefrologista. A unidade confirmou a hemorragia na região do rim e observou que, caso não seja contida, o adolescente deve fazer uma cirurgia.
Conforme o comandante da Polícia Militar de Coxim, major Luiz Cesar de Souza Herculano, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar a conduta do cabo. O procedimento tem 40 dias para ser concluído e pode ser prorrogado, mas o oficial pediu rapidez nas apurações devido à "gravidade e comoção". "Não compactuamos com nenhum tipo de violência ainda mais com uma criança de 13 anos", salienta Herculano.
A tia do adolescente e o PM já foram ouvidos e apresentaram versões diferentes. Segundo o oficial, o policial investigado alega que o adolescente pulou um muro e jogou pedras em sua casa. Além disso, o PM afastado afirmou que o adolescente entrou em luta corporal com ele. A tia nega que o adolescente começou a briga e que tenha pulado o muro. Questionado se houve abuso do subordinado, Herculano observa que as circunstâncias estão sendo apuradas. "Vou aguardar parecer (do IPM) e tomar as providências." Segundo Herculano, o cabo vai fazer trabalho interno até o IPM ser concluído.
A reportagem do UOL tentou contato com o policial militar, que não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens.
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