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Menção de Bolsonaro em caso Marielle gera apoio e repúdio no Twitter

Em imagem de arquivo, a vereadora do PSOL Marielle Franco, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Renan Olaz/CMRJ
Em imagem de arquivo, a vereadora do PSOL Marielle Franco, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro Imagem: Renan Olaz/CMRJ

Do UOL, em São Paulo

30/10/2019 11h04

As redes sociais ficaram inflamadas nesta quarta-feira, com posts de apoio e de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), após divulgação de reportagem da TV Globo, no Jornal Nacional, ontem à noite, citando nominalmente o presidente em investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, em março de 2018.

Bolsonaro partiu para o ataque à emissora, depois da exibição da reportagem, com acusações de "patifaria" e "canalhice", em uma transmissão ao vivo no Facebook.

No Twitter, aliados e opositores do presidente publicaram mensagens de solidariedade e cheias de críticas.

O senador Major Olimpio (PSL-SP), líder do partido do presidente no Senado, divulgou um vídeo: "Quero hipotecar minha total solidariedade ao presidente Jair Bolsonaro".

O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Pública Institucional da Presidência da República (GSI), afirmou que "não querem o bem do Brasil".

Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), líder do PSL na Câmara, acusou a Globo de não fazer jornalismo investigativo sério.

Segundo a reportagem da TV Globo, um dos suspeitos de matar Marielle e Anderson esteve no condomínio residencial onde moram o presidente e seu filho Carlos. O porteiro do condomínio afirmou em depoimento que alguém com a voz do presidente autorizou a entrada desse suspeito no dia do crime. O presidente Bolsonaro, no entanto, neste dia, estava na Câmara dos Deputados, segundo registro de presença da Casa.

Carlos acusa a Globo de "levantar suspeitas contra o presidente e alimentar narrativas criminosas".

Nesta quarta-feira, o presidente afirmou que vai acionar o ministro da Justiça, Sergio Moro, para que o porteiro do condomínio onde ele e Carlos têm residência seja ouvido pela Polícia Federal.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição ao governo no Senado, disse que será proposta a formação de uma comissão especial para acompanhar as investigações do caso Marielle, com a hashtag #QuemEstavaNaCasa58, em referência à reportagem da TV Globo.

Humberto Costa (PT-PE), líder do PT no Senado, questiona a legalidade de pedido feito pelo presidente Bolsonaro para que o porteiro do condomínio seja ouvido pela Polícia Federal.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) chama a atitude de Bolsonaro de "desespero" e "obstrução de Justiça".

A companheira de Marielle, Monica Benicio, considera as notícias "estarrecedoras". "É uma resposta que o Estado brasileiro deve aos familiares, à sociedade e ao mundo".

Anielle Franco, irmã de Marielle, também mostrou revolta com as revelações recentes sobre o assassinato.