IBGE: 1 milhão desceu linha da pobreza em média por ano no país desde 2015
Resumo da notícia
- IBGE aponta 1 milhão de brasileiros caindo para linha da pobreza ao ano desde 2015
- Parâmetro usado é do Banco Mundial, de viver com US$ 1,90 diário per capita
- Em 2018, 6,5% da população brasileira é classificada como pobre, o maior índice desde 2012
A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), aponta que, em média, 1 milhão de brasileiros por ano desceu abaixo da linha da pobreza entre 2015 e 2018 —quando 6,5% da população estava classificada como pobre, o maior índice da série, iniciada em 2012.
Para traçar a linha de pobreza, o IBGE usou como parâmetro estudos feitos pelo Banco Mundial. "Ainda que haja discussões sobre diferentes linhas de corte e como adaptá-las aos padrões de vida e às necessidades de cada país, o valor de US$ 1,90 diário per capita em PPC [Paridade de Poder de Compra] é atualmente o limite para a definição da pobreza global", diz o estudo. Em valores atuais, US$ 1,90 equivale a algo em torno de R$ 7,60.
Percentual que vive com menos de US$ 1,90
- 2012 - 5,8%
- 2013 - 5,1%
- 2014 - 4,5%
- 2015 - 4,9%
- 2016 - 5,8%
- 2017 - 6,4%
- 2018 - 6,5%
Segundo o IBGE, entre 2012 a 2014, houve redução de 1,3 ponto percentual na proporção de pessoas com rendimento inferior a US$ 1,90 por dia, quando ela chegou ao menor índice: 4,5%.
Em 2015, o percentual começou a subir e, em quatro anos, aumentou de 2 pontos percentuais, até 2018 resultar em 6,5% da população brasileira com rendimento inferior a US$ 1,90.
"Este percentual é equivalente a 13,5 milhões de pessoas, contingente superior à população total de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal", diz o estudo.
Retrocessos a partir de 2015
O IBGE também demonstra que, em 2018, "no Brasil havia 25,3% da população com rendimentos inferiores a US$ 5,50 (em torno de R$ 22) PPC por dia, ou aproximadamente R$ 420 mensais, o que equivale a cerca de 44% do salário mínimo vigente em 2018".
Segundo a pesquisa, nesse estrato, entre 2017 e 2018, cerca de 1 milhão de pessoas alcançaram ou superaram o limiar de US$ 5,50 per capita diário. "Essa mudança se deu principalmente na região Sudeste, onde houve redução de cerca de 700 mil pessoas [nessa faixa]."
Assim como na questão da desigualdade, o país começou a ver retrocessos a partir de 2015. "Para o período analisado, a proporção de pessoas com rendimento abaixo deste valor apresentou queda entre 2012 e 2014, quando registrou o menor nível, 22,8% da população. Segundo esse critério, a partir de 2015, observou-se um crescimento na proporção de pobres até atingir 26% em 2017. Já em 2018, houve redução de 0,7 ponto percentual nesta proporção em relação ao ano anterior, mas ainda em patamar superior ao de 2014 e atingindo aproximadamente 52,5 milhões de pessoas", diz o texto.
O levantamento ainda traz uma série de dados que mostra a restrição de muitos brasileiros ao acesso a serviços básicos, como educação, saneamento e internet.
Famílias com serviços restritos
- A serviços de saneamento básico - 37,2%
- À educação - 27,6%
- À internet - 20,1%
- A condições de moradia - 12,8%
- À proteção social - 3,1%
- A ao menos três desses serviços - 10,6%
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