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Ministério manda tirar de circulação todas as cervejas da Backer

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

13/01/2020 18h48Atualizada em 14/01/2020 10h47

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou nesta tarde que a cervejaria Backer, com sede em Belo Horizonte, recolha todos os seus produtos que estão à venda no mercado e que foram produzidos entre 1º de outubro de 2019 e 13 de janeiro de 2020.

A empresa não confirmou até o momento quais cervejas foram produzidas nesse período. Em seu site, a cervejaria lista 21 rótulos de sua produção, mas a relação pode estar desatualizada, já que não inclui a marca Capixaba —produto da Backer que é comercializado no Espírito Santo e que, segundo o Ministério da Agricultura, também está contaminado por substâncias tóxicas, conforme foi verificado em amostras de três lotes da cerveja Belorizontina.

De acordo com o Ministério, a comercialização das bebidas está suspensa em todo o território nacional até que seja descartada a possibilidade de alguma dessas marcas estar contaminada.

A substância tóxica encontrada nas cervejas é o dietilenoglicol, que costuma ser usado no resfriamento da cerveja durante a produção, mas sem entrar em contato com a bebida. A Backer tem negado que a substância seja usada em sua linha de produção.

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga se essa foi a substância que causou uma morte e outras dez internações por uma "doença misteriosa" no estado desde o final de janeiro.

Para o Ministério, embora não tenham sido realizados exames laboratoriais em todas as marcas da Backer, essas bebidas também estão sendo analisadas. Caso seja constatada a presença de alguma substância tóxica, novas medidas serão tomadas pela pasta.

Lotes da Belorizontina em que a polícia identificou substância tóxica:

  • L1-1348 -- apontado pela polícia como contaminado desde a semana passada
  • L2-1348 -- apontado pela polícia como contaminado desde a semana passada
  • L2-1354 -- anunciado hoje como contaminado

Segundo força tarefa criada por autoridades mineiras, a substância também foi detectada por exames de sangue em 5 dos 11 pacientes afetados por uma síndrome nefroneural (que compromete rins e sistema nervoso) entre o fim do ano passado e o início deste ano.

Os pacientes procuraram as unidades de saúde com problemas gastrointestinais e alterações neurológicas como paralisia facial, visão borrada, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alterações sensitivas.

Outro lado

Em nota, a Backer informou que está recorrendo da medida de recall solicitada pelo Ministério da Agricultura e voltou a afirmar que não faz uso do dietilenoglicol em seu processo produtivo.

"O episódio apurado pelas autoridades limita-se ao lote 'Belorizontina', não tendo qualquer relação com os demais rótulos da empresa, que possui processos autônomos de produção", diz o texto.

Veja abaixo os rótulos de cervejas da Backer que constam do site da empresa:

  • Belorizontina
  • Backer Pilsen
  • Backer Trigo
  • Backer Pale Ale
  • Backer Brown
  • Capitão Senra
  • Pele Vermelha IPA
  • Bravo
  • Backer Bohemia Pilsen
  • Backer Pilsen Export
  • Exterminador de Trigo
  • Três Lobos
  • Corleone
  • Tommy Gun
  • Diabolique
  • Julieta
  • Cabral
  • Medieval
  • Backer Reserva
  • Fargo
  • Cacau Bomb